devir-violão: um desafio (à filosofia e à educação) da infância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.78495

Palavras-chave:

ensino de filosofia, filosofia com crianças, infância, educação, devir

Resumo

Este artigo busca ressoar um percurso de sensibilização vivido por um professor que descobre a força desestabilizadora e inspiradora da infância das crianças durante as aulas de filosofia. Ao investigar a (im)possibilidade das crianças fazerem filosofia, vemos semelhanças com a experiência de tocar violão, o qual transformamos em um personagem conceitual para nos ajudar a (re)pensar o ensino de filosofia para crianças. Ensaiamos, neste texto, formas de explorar os sentidos que se desprendem de experiências vividas entre a infância e a filosofia a partir de encontros vividos em salas de aula, para encontrarmos/criarmos possibilidades de alimentarmos essa investigação ao invés de pôr fim a ela. Um exercício que nos possibilita encontrar/construir formas mais acolhedoras, sensíveis e inventivas de fazer, viver e habitar a educação entre a infância e a filosofia na escola. Deparamo-nos, assim, com ideia (conceito-corpo) de devir-violão, a qual trabalhamos a partir dos encontros com Gilles Deleuze e Jean-Luc Nancy. Vida. É disso que se trata este texto; e pesquisa, pois, no que diz respeito à educação, essas duas coisas se confundem, acontecem juntas, co-partilham percursos, são inseparáveis; do mesmo modo que não podemos separar o som do arrepio que causam em nossa pele. O texto é, antes de tudo, um convite a nos colocarmos à escuta daquilo que nos toca, não para explicar ou fundamentar nossas práticas, mas sim para descobrir e inventar sentidos: ser em-com-outros, entre educação, filosofia, infâncias e escolas.

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Publicado

2024-09-30

Como Citar

BARREIRA VICENTE SANTOS, Fulvio; MIRANDA DE PAIVA, Jair. devir-violão: um desafio (à filosofia e à educação) da infância. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 20, p. 01–13, 2024. DOI: 10.12957/childphilo.2024.78495. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/78495. Acesso em: 27 jul. 2025.

Edição

Seção

artigos