metodologia filosófica e matematização da pedagogia

Autores

  • john roemicher Suny Plattsburgh, University Of Vermont

Palavras-chave:

Cartesian methodology, mathematical method vs. dialectical method, complete education, Feyerabend

Resumo

Este trabalho remonta a genealogia de uma longa controversa existente na filosofia ociendental a respeito das metodogias filosóficas e matemáticas, se elas são parecidas mas separadas e têm diferentes aproximações à investigação racional, ou se uma é superior a outra do ponto de vista da epistemologia, e, em última instância, uma pedagogia que apoia e promove o pensamento conceitual e crítico. Com o professor socrático em mente, a metodologia filosófica, concebida por Platão como um processo dialétido de investigação livre de classificações, o obrigou a distinguir o trabalho da filosofia da matemática, porque a metodologia filosófica não poderia funcionar a não ser que estivesse livre das coerções exercidas pelo sistema constrído sobre axiomas, proposições e imagens. Em seu diálogo Menon, a demonstração pedagógica de Sócrates, apoiada pela capacidade única que tem a matemática de proporcionar um fechamento epistemológico, indica um pequeno espaço de crescimento entre a filosofia e a matemática, que chegou ao seu ápice com o racionalismo de Descartes, no século XVII. No trabalho de Descartes sobre a metodologia, a matemática, eliminando as aparecentes conclusões inconclusivas da filosofia, se converteu no caminho supremo ao conhecimento. A filosofia, a partir de então, teve de lutar pela sua vida, enquanto que a pedagogia, buscando cada vez mais a “completude” através da formalização, moveu-se ironicamente à uma fragmentação e a um reducionismo que uma metodologia cartesiana matemática deu sustento. As divisões do currículo resultantes foram previstas nos escritos de Descartes sobre a metodologia; o isolamento do aprendiz em relação a sua comunidade mais ampla de discurso foi apoiado pelo “cogito” de Descartes. Sugere-se, aqui, que é possível uma aproximação pedagógica ao ensino da matemática, que se estende para além das limitações da metodologia de solução única utilizada no Menon. Esta aproximação permite que a pedagogia estenda o uso socrático do pensamento dialético incluída na esfera do apodítico. Isso sugere que uma alternativa ao racionalismo monístico da metodologia matematizada de Descartes é possível para uma pedagogia em geral, toda vez que ela ponha em jogo novamente o que Descartes encontrou arduamente, isto é, a própria filosofia dialética, a investigação dialógica, a história, a literatura e as artes. Se Sócrates, o qual chegou à filosofia sobretudo como um professor fascinado pelos paradoxos intelectuais, teria explorado, no Menon, a possibilidade pedagógica de uma aproximação dialética à matemática, seu trabalho mais amplo na pedagogia dialética poderia ter estado menos centrado no professor, apesar de sua “ignorância irônica”; e dada sua significação histórica como o professor mais reconhecido da cultura ocidental, a pedagogia moderna poderia ter sido menos massacrada com o impulso cartesiano através de soluções únicas, mecanizadas e reducionistas, bem como através de um ensino e um pensamento não comunitário.

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Publicado

2012-01-03

Como Citar

roemicher, john. (2012). metodologia filosófica e matematização da pedagogia. Childhood & Philosophy, 2(4), pp. 305–334. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20499

Edição

Seção

artigos