uma atitude epistêmica: acolher a infância

Autori

  • paula ramos de oliveira Universidade Estadual Paulista
  • denis domeneghetti badia

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2020.48363

Parole chiave:

infâncias, crianças, atitude epistêmica, leitura da suspeita, leitura da acolhida.

Abstract

Partindo das elaborações de Paul Ricoeur sobre o projeto fenomenológico, o texto pretende situar e problematizar a leitura da suspeita (praticada pelas hermenêuticas explicativas ou redutivas) e a leitura da acolhida (praticada pelas hermenêuticas compreensivas ou instauradoras), entendendo-as como atitudes epistêmicas que possibilitam conceber as infâncias e as crianças de modos radicalmente distintos. O caminho aqui escolhido faz uma defesa da leitura da acolhida em contraposição à leitura da suspeita, pois as hermenêuticas explicativas ou redutivas olhariam as infâncias e as crianças de um ponto de vista exterior, superior, objetivo, objetificando-as com as explicações produzidas; enquanto as hermenêuticas compreensivas ou instauradoras se colocam em relação com as infâncias e as crianças – há alguém que olha, mas que também é olhado -, numa atitude epistêmica de compreensão e de acolhida à alteridade. O outro é todo aquele que também é um outro de nós.  E cada um de nós não é um bloco monolítico, linear, evolutivo, cronológico. Habitamos o mundo com complexidade, profundidade, intensidade e ambivalência. Assim, discutiremos as visões de infâncias e crianças que estas hermenêuticas instauram e apresentaremos algumas contribuições advindas de Jorge Larrosa e dos estudos antropológicos, sobretudo no âmbito da antropologia das crianças que, ao elaborarem um inventário das alternativas possíveis de existir no mundo, evidenciam a pluralidade de infâncias, bem como as diferenças nas relações estabelecidas entre adultos e crianças em diversos contextos socioculturais. 

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Riferimenti bibliografici

DURAND, G. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 2000.

HEIDEGEER, M. L’être et les temps. Paris: Gallimard, 1964.

JASPERS, K. Psicología de las concepciones del mundo. Madrid: Editorial Gredos S.A., 1967.

LARROSA, Jorge. O enigma da infância: ou o que vai do impossível ao verdadeiro. In: Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. Tradução de Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2003a. p. 183-198.

LARROSA, Jorge. Leitura e metamorfose: em torno de um poema de Rilke. In: Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. Tradução de Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2003b. p. 97-113.

RICOEUR, P. Le conflit de interprétations: essais d’herméneutique. Paris: Editione du Seuil, 1969.

RICOEUR, P. A l´École de la Phénoménologie. Paris: Vrin, 1993.

Pubblicato

2020-08-01

Come citare

OLIVEIRA, Paula ramos de; BADIA, Denis domeneghetti. uma atitude epistêmica: acolher a infância. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 16, n. 36, p. 01–12, 2020. DOI: 10.12957/childphilo.2020.48363. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/48363. Acesso em: 1 mag. 2025.

Fascicolo

Sezione

Dossier: Estudos da Infância: politizações e estesias