investigação filosófica com crianças indígenas: uma tentativa de integrar formas de saber indígenas na filosofia com/para crianças
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2019.42659Palavras-chave:
formas de saber indígenas, filosofia indígena, epistemologia da apresentação, filosofia para/com criançasResumo
Neste artigo, proponho integrar formas de conhecimento indígenas na teoria e prática de Filosofia para/com Crianças. Defendo que é possível tratar formas de conhecimento indígenas não só como tópicos em diálogos filosóficos com as crianças, mas como pressupostos da atividade filosófica em uma Comunidade de Investigação. Tal integração é importante por ao menos três (3) razões: Primeira, de que reconhecer os modos indígenas de pensar e suas visões de mundo nos informam sobre outras formas não-dominantes de conhecimento, métodos de produção do conhecimento e critérios determinantes do que é conhecimento. Segunda, que a dominância dos padrões ocidentais de produção e determinação do conhecimento, especialmente em sociedades não-ocidentais, precisa ser reduzida, balanceada e esclarecida pelos saberes e experiências locais. E terceira, que os modos de conhecimento e saber indígenas reforçam uma Filosofia com/para Crianças culturalmente responsável, que responde aos desafios de turmas multiculturais e com diversidade étnica. Há duas (2) possíveis interseções em que esta integração pode realizar-se, a saber: a) Epistemologia, onde afirmo que a integração de uma “epistemologia da apresentação”, imanente em padrões de pensamento indígena, fornece um contrapeso à aderência de Lipman a uma epistemologia analítico-representativa; e b) Pedagogia, que ganha corpo em uma Comunidade de Investigação “indigenizada” que destaca os valores de interconexão, de localização e de relacionalidade.Downloads
Referências
Doyo, Ma. Ceres. "Here’s to the Kalinga Brave!" in Philippine Daily Inquirer @inquirerdotnet, April 23, 2015, https://opinion.inquirer.net/84364/heres-to-the-kalinga-brave
Grenier, Louise. Working with Indigenous Knowledge: A Guide For Researchers, Ottawa: International Development Research Centre, 1998.
Hill, Gus and Alicia Wilkinson, “INDIGEGOGY: A Transformative Indigenous Educational Process”, in Canadian Social Work Review / Revue canadienne de service social, Vol. 31, No. 2 (2014), pp. 175-193.
Kohan, Walter Omar & David Knowles Kennedy, "On the Risks of Approaching a Philosophical Movement Outside of Philosophy" in Childhood and Philosophy, v.13, n.28, 2017, 493-503, doi: 10.12957/childphilo.2017.29954.
Lipman, Matthew, Ann Margaret Sharp, and Frederick Oscanyan, Philosophy in the Classroom, 2nd ed. Philadelphia: Temple University Press, 1980.
Lipman, Matthew. Thinking in Education 2nd ed. New York: Cambridge University Press, 2003.
Makaiau, Amber Strong. "Philosophy for Children Hawai’i: A Culturally Responsive Pedagogy for Social Justice Education" in Inclusion, Diversity, and Intercultural Dialogue in Young People’s Philosophical Inquiry, eds.
Ching- Ching Lin Touro, and Lavina Sequeira, Rotterdam, Sense Publishers, 2017.
Martin, Brian. “Methodology is Content: Indigenous Approaches to Research and Knowledge”, in Educational Philosophy and Theory, 2017, DOI: 10.1080/00131857.2017.1298034.
Odierna, Rebecca. “Philosophy for Children Kenyan Style”, in Educational Perspectives, Volume 44, Numbers 1 and 2.
Raymond Pierotti, Indigenous Knowledge, Ecology, and Evolutionary Biology. New York: Taylor & Francis, 2011.
Reed-Sandoval, Amy. “The Oaxaca Philosophy for Children Initiative as Place-Based Philosophy: Why Context Matters in Philosophy for Children,” in APA Newsletter Hispanic/Latino Issues In Philosophy, Vol. 14, No. 1, 2014.
Sam, Michele A. & Ktunaxa, “An Indigenous Knowledges Perspective on Valid Meaning Making: A Commentary on Research with the EDI and Aboriginal Communities” in Social Indicators Research, Vol. 103, No. 2, Validation Theory And Research For A Population-Level Measure Of Children's Development, Wellbeing, And School Readiness (September 2011), pp. 315-325.
Semali, Ladislaus M. & Joe L.Kincheloe, “What is Indigenous Knowledge and Why Should We Study It?”, in What Is Indigenous Knowledge? Voices From The Academy, eds. Ladislaus M.Semali & Joe L.Kincheloe, New York: Falmer Press, 1999.
Styres, Sandra D. “Land as First Teacher: A Philosophical Journeying”, in Reflective Practice, 12:6, 717-731, (2011), DOI: 10.1080/14623943.2011.601083.
van der Velden, Miguel. "Indigenous Philosophies" in Philosophy Now, Issue 127, August/September, 2018, https://philosophynow.org/issues/127/Indigenous_Philosophies
Wang, Jessica Ching-Sze. “From Learning Outcomes to Educational Possibilities – What happens when Philosophical Community ‘Works Wonders’ with University Students in Taiwan,” in Analytic Teaching and Philosophical Praxis, Vol. 36, 2015-2016.
Whitt, Laurelyn. Science, Colonialism, and Indigenous Peoples: The Cultural Politics Of Law And Knowledge, New York: Cambridge University Press, 2009.
http://www.un.org/en/events/indigenousday/
www.my.icpic.org