AS PRINCESAS AFRICANAS NA LITERATURA JUVENIL: DO BRANQUEAMENTO SILENCIADOR AO PROTAGONISMO QUESTIONÁVEL
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Resumo
As narrativas populares têm sido contados e recontados durante séculos, suas histórias continuam a enriquecer o imaginário de crianças e jovens que se deleitam nos encantamentos das narrativas de princesas, como Cinderela. Através da leitura desses clássicos nota-se que os traços europeus sempre direcionaram a caracterização da imagem das princesas, bem como a estrutura dessas narrativas na literatura brasileira. Com o intuito de buscar um distanciamento desse padrão tradicional, têm surgido narrativas contemporâneas que propagam o mundo encantado das princesas a partir de um novo modelo de contos de fadas; dessa vez as princesas são negras e algumas desconhecidas em decorrência do longo processo de branqueamento que se consolidou durante séculos nas narrativas clássicas. Diante da relevância das questões expostas, o presente artigo investiga as recentes publicações em que princesas negras são protagonistas nos enredos literários. Realiza uma análise comparativa entre os contos de fadas, do século XIX, e as narrativas contemporâneas, particularmente Cinderela e Chico Rei (2015), a partir de um estudo acerca dos elementos estéticos que constituem essas obras, como a originalidade das temáticas que as norteiam e os textos visuais que apresentam. Para dar suporte a essa discussão, recorremos a teóricos como Coelho (1991); Machado (2002); Oliveira (2008), Duarte (2008), Debus (2012) e Faria (2012). O resultado das análises evidenciam um (re)conhecimento da memória africana e um protagonismo das princesas negras apenas por um reconhecimento da cor de pele.
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