O páter-famílias como vilão gótico em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Autores

  • Júlio França Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Ana Paula Araujo dos Santos Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2017.30159

Palavras-chave:

Narrativa, Ficção, Século XIX, Literatura Brasileira, Gótico, Maria Firmina dos Reis.

Resumo

Publicado em 1859 pela escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, Úrsula pode ser considerado um dos primeiros romances escritos por uma mulher em nossa Literatura Brasileira. A obra, contudo, permaneceu por longo tempo longe de qualquer apreciação ou análise, e sua autora desapareceu dos nossos registros literários. O presente artigo propõe uma leitura desse romance que só recentemente têm despertado o interesse dos estudos literários brasileiros. Nele, são observáveis várias convenções narrativas góticas, principalmente no que se refere aos procedimentos de caracterização dos vilões, cujas ações transgressoras constituem-se como fonte de horror tanto para as demais personagens quanto para os próprios leitores. Pretendemos levar em conta a tradição a qual Úrsula está filiada: o Gótico, ou, mais especificamente, a vertente feminina do Gótico. Para tal feito, contamos com as proposições de David Punter (1996) e de Fred Botting (1996), e com as teorias a respeito do Gótico feminino de Gilbert & Gubar (1979), Diane Hoeveler (1998) e Anne Williams (1995). Nossa hipótese central é a de que Reis, tal como a de outras escritoras oitocentistas, tenha sido vítima do desprezo com que a historiografia brasileira tratou a poética gótica.

DOI: 10.12957/soletras.2017.30159


Biografia do Autor

Júlio França, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Júlio França tem doutorado em Literatura Comparada pela UFF (2006), com pós-doutorado pela Brown University (2015). É professor de Teoria da Literatura do Instituto de Letras e coordenador da área de Estudos de Literatura do Programa de Pós-graduação em Letras da UERJ. É membro fundador e vice-líder do grupo de pesquisa Estudos do Gótico (CNPq). Criador e administrador, desde 2010, do site Sobre o Medo, dedicado à divulgação de estudos acadêmicos sobre o gênero do horror na literatura. Fundador e coeditor geral do periódico acadêmico Abusões, voltado para a publicação de artigos sobre a literatura fantástica e gótica. Suas publicações mais recentes são As nuances do Gótico: do Setecentos à contemporaneidade (Bonecker, 2017); Poéticas do Mal: a literatura do medo no Brasil (1840-1920) (Bonecker, 2017) e Páginas Perversas: narrativas brasileiras esquecidas (Appris, 2017). E-mail: julfranca@gmail.com

Ana Paula Araujo dos Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Ana Paula Arauo dos Santos é bacharel em Letras – Português/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestre em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela mesma instituição. É integrante do grupo de pesquisa Estudos do Gótico (CNPq). E-mail: ana_ads@hotmail.com

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Publicado

2017-11-09

Edição

Seção

Dossiê: Escritores Esquecidos do século XIX