O uso de curtas-metragens para a promoção da autoestima, bem-estar e prevenção de violência em crianças: uma experiência na escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.92961

Palavras-chave:

Escola, Rede de apoio, Prevenção de violências, Cinema

Resumo

A proposta do artigo é apresentar a experiência de um projeto de extensão (CinePsi nas escolas) que utiliza de filmes de curta-metragens e atividades para discutir aspectos dos sentimentos e emoções das crianças de escolas públicas do DF. Esse trabalho tem por objetivo promover o bem-estar e a autoestima e prevenir a violência consigo mesmo e com os outros. Do ponto de vista da saúde mental, o trabalho preventivo nas escolas pode apresentar resultados importantes na autoestima e na conscientização das crianças e jovens a respeito do seu próprio desenvolvimento. Assim, ao exibir filmes de temáticas relacionadas à psicologia e promover a discussão de como o cinema/filmes podem mediar experiências subjetivas, estéticas e de arte, entendemos que há uma ampliação de tomada de consciência sobre os processos de subjetivação. O projeto CinePsi nas Escolas utilizou o cinema, especificamente curta-metragens como dispositivos pedagógicos promovendo atividades voltadas para a reflexão e a participação ativa dos estudantes. As sessões foram estruturadas em dois momentos principais: a exibição de curtas-metragens e a realização de atividades interativas. Foram analisadas as informações que foram construídas na expectação de três curtas-metragens e as atividades desenvolvidas após as crianças e adolescentes assistirem aos filmes. A utilização do cinema, aliada ao debate e a práticas pedagógicas, demonstrou um grande potencial para o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e éticas, promovendo um ambiente mais saudável e estimulante para todos os envolvidos.

Biografia do Autor

Fabrícia Teixeira Borges, Universidade de Brasília (UnB)

Professora da Universidade de Brasília no Instituto de Psicologia (IP), Atualmente é Diretora do Instituto de Psicologia (2024-2028). Foi Vice-diretora do Instituto de Psicologia/UnB (2020-2024). Orienta mestrado e doutorado no Programa de Psicologia do Desenvolvimento e Escolar (PGPDE), antigo Processos do Desenvolvimento e Saúde. Foi coordenadora de pós-graduação entre out/2016 e julho/2018; set/2019 e fev/2020. Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1994), mestrado em Psicologia pela Universidade de Brasília (1997) e doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (2006). Pós doutorado na Universidade Autônoma de Madrid (UAM) como bolsista Capes (2014). Já trabalhou na Universidade Tiradentes (Se), PUC-GO, Faculdades ALFA (GO) e Cambury (GO). Coordenou o curso de especialização "Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão EScolar (EAD-UNB) e "Docência e Tutoria à distância" (UNIT-EAD). Tem desenvolvido pesquisa no tema de Identidade docente como estética de si, financiada pelo Cnpq e Capes. O interesse principal é em Psicologia do Desenvolvimento Humano, atuando principalmente nos seguintes temas: identidade de professores, experiência estética e arte, constituição de si a partir das diversidades sociais (gênero, ativismos feministas, questões raciais e religiosidades). Os estudos sobre cinema e desenvolvimento, EAD, mídias e cultura audiovisual tem sido também um temas de grande interesse.Lider do grupo de pesquisa DelArtes e membro do GT da Anpepp Psicologia, Arte e Estética. 

Silvia Lordello, Universidade de Brasília (UnB)

Psicóloga e Pedagoga pela Universidade de Brasília, com mestrado em Psicologia pela Universidade de Brasília (1997) e doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (2013). Atualmente é docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura e da graduação em Psicologia na Universidade de Brasília. Atuou como coordenadora do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (CAEP), serviço-escola de Psicologia na UnB e também foi editora associada do periódico Psicologia: Teoria e Pesquisa. É coordenadora do Laboratório de Família, Grupos e Comunidade (LABFAM), na UnB. Orienta mestrado e doutorado em temas relacionados às Intervenções Psicossociais no campo das vulnerabilidades. Os projetos de pesquisas mais recentes envolvem temáticas como sexting, violência sexual, gênero, empregabilidade de travestis e transexuais, medidas socioeducativas, políticas públicas na área de direitos humanos. Desenvolve orientações também no campo das Intervenções terapêuticas, principalmente voltadas aos adolescentes e jovens e suas famílias, na abordagem sistêmica. Contato: srmlordello@gmail.com

Giovanna Buzolo Leite, Universidade de Brasília (UnB)

Graduanda em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Membro do projeto de extensão Cinepsi Nas Escolas, do departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (UnB/IP/PED).

Carlos Eduardo Sales de Andrade, Universidade de Brasília (UnB)

Graduando em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Membro do projeto de extensão Cinepsi Nas Escolas, do departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (PED). Áreas de interesse: Psicologia Social Comunitária, Psicologia do Desenvolvimento, Gênero, Sexualidade, Raça, Audiovisual e Psicologia Clínica.

Julia Garcia de Santana, Universidade de Brasília (UnB)

Graduanda em Pedagogia pela Universidade de Brasília (UnB). Atuou como bolsista nos projetos de extensão CinePsi nas Escolas, vinculado ao Instituto de Psicologia (IP/UnB), e LeiA - Leitura e Ação Lúdico-Pedagógica para Crianças. Participou como aluna voluntária no projeto Pós-populares: Democratização do Acesso à Universidade Pública pelo Chão da Pesquisa. Possui experiência em ações de extensão voltadas à educação, inclusão e promoção do acesso ao ensino superior, com interesse em práticas pedagógicas críticas e transformadoras.

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Publicado

16-09-2025

Como Citar

Borges, F. T., Lordello, S., Leite, G. B., Andrade, C. E. S. de, & Santana, J. G. de. (2025). O uso de curtas-metragens para a promoção da autoestima, bem-estar e prevenção de violência em crianças: uma experiência na escola . Revista Sustinere, 13, 220–239. https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.92961