Jogar o jogo do mundo - a escola e os modos de subjetivação
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.92912Parole chiave:
Psicologia, Escola, Afeto, Modos de subjetivação, GovernamentalidadeAbstract
Iniciamos o artigo colocando em questão a psicologização das práticas escolares e os efeitos da racionalidade neoliberal na produção de subjetividades, questionando a centralidade das explicações psicológicas individualizantes no cotidiano educacional. Apresentamos algumas considerações em torno do método, destacando componentes que manejamos no procedimento da pesquisa-intervenção cartográfica com vistas à suspenção do julgamento, criando condições para a emergência de experiências singulares no campo da educação, num modo de vida outro. Tendo o jogo como dispositivo de abertura a um tempo experimental nas práticas de formação de psicólogas/os e na atuação com psicologia na escola, dialogamos com contribuições da filosofia da diferença buscando evidenciar dimensões no jogo do mundo. O dispositivo é apresentado como estratégia de intervenção que tensiona a lógica funcionalista e produtivista da escola neoliberal. Jogar é compreendido como prática micropolítica e transgressora, que potencializa processos de criação, encontros e afetos, desestabilizando modelos fixos de subjetivação. Seguimos abordando o afeto como privilegiado operador de análise do modo de governar neoliberal indicando rebatimentos no chão da escola e no mundo do trabalho. Recorremos às contribuições de Espinosa e da filosofia da diferença para compreender o afeto como potência relacional, capaz de ampliar ou reduzir a capacidade de ação dos sujeitos. O afeto como força presente nas práticas educativas, atravessa discursos normativos e dispositivos de controle. Concluímos insistindo na análise micropolítica das práticas como aposta de criação de outras ambiências provedoras da criação e do cultivo de processos de (des)subjetivação.
Riferimenti bibliografici
AGUIAR, K. Práticas de formação e a produção de políticas de existência. In. Revista Psicologia & Sociedade; 24 (n.spe.): 60-66, 2012.
AGUIAR, K.; FIORE, M. Trânsitos (Im)possíveis. In. DAROS, R. F.; CÉSAR, J. M.; TAVARES, G.M. (Orgs.). Corpos em quarentena: clínica, política e processos de subjetivação. Vitória: Edufes, 2023. (Coleção Pesquisa UFES, vol.42), p.83-109.
BARROS, R. B. Grupo – a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulia/Editora da UFRGS, 2007.
CASTRO, E. Vocabulário de Foucault – um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
DELEUZE, G. Nietzsche e a filosofia. Rio de Janeiro: Rio, 1976.
DELEUZE, G. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
DELEUZE, G. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
DELEUZE, G. Espinoza e os signos. Porto/Portugal: Rés Editora, s/d.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs, vol. 3. Trad. De Aurélio G. Neto et al. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1996.
DUARTE, A. Foucault e os coletivos políticos. In. RESENDE, H. (Org.). Michel Foucault-política, pensamento e ação, Belo Horizonte: Autêntica, 2016, p.35-49.
FOUCAULT, M. O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista. In: Cadernos de Subjetividade. Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC-SP. – v. 1, n. 1 (1993) – São Paulo, 1993 [páginas 197 a 200].
FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In. MOTTA, M. B. (Org.) Ditos e Escritos V - Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p.264-2287.
FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008. (Coleção Tópicos).
GIL, J. O imperceptível devir da imanência – sobre a filosofia de Deleuze. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2008.
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Editora Vozes, 1986.
GODINHO, A. Eterno retorno e jogo ideal – o roubo ideal. In. LINS, D.; GIL, J. (Orgs.). Nietzsche, Deleuze – jogo e música. Rio de Janeiro: Forense Universitária; Fortaleza: Fundação de Cultura, Esporte e Turismo, 2008, p.1-18.
LINS, D.; GIL, J. (Orgs.). Nietzsche, Deleuze – jogo e música. Rio de Janeiro: Forense Universitária; Fortaleza: Fundação de Cultura, Esporte e Turismo, 2008.
SOARES, L. B.; MIRANDA, L. L. Produzir subjetividades: o que significa? In. Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia. UERJ, RJ, ano 9, n.2, p.408-424.
LOURAU, R. De los indicadores sociales a los analisadores Sociales. In. LOURAU, R. El Estado Inconsciente. L Plat: Terramar, 2008, p.139-152.
MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola – uma questão pública. Tradução Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2023.
MASSUMI, B. Politics of Affect. Cambridge: Polity Press, 2021.
PATTO, M. H. S. Psicologia e Ideologia (uma introdução crítica à psicologia escolar). São Paulo: Queiroz Editor, 1984.
PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Queiroz Editor, 1993.
PELBART, P. Rizoma Temporal. São Paulo: Editora Cidade, 2017.
RUFINO, L. Vence-demanda – educação e descolonização. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2021.
REVEL, J. Foucault – conceitos essenciais. São Carlos: Claraluz, 2005.
RODRIGUES, H. B. C. As intervenções grupais – epistemologia ou história das práticas? In. Revista do Departamento de Psicologia UFF, vol.3/4. nº 1 e 2.jan/dez 1991-2.
SCHÖPKE, R. Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo:Edusp, 2004.
VALENCIA, S. Capitalismo Gore. São Paulo: Sobinfluência Edições. 2024.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2025 Revista Sustinere

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Il copyright degli articoli pubblicati nel Rivista SUSTINERE appartengono alla (s) è autore (s) in questione (s) (s), con i primi diritti di pubblicazione concessi al SUSTINERE ufficiale.
Gli articoli pubblicati sono accessibili al pubblico, libero di utilizzare, con l'assegnazione obbligatoria di autore originale, in base ai modelli di licenza 4.0 adottata dalla rivista Creative Commons.

Quest'opera è distribuita con Licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.


