Agentes comunitários de saúde do município de Mari-PB e suas percepções como educadores em saúde
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.46225Palavras-chave:
Prática educativa, trabalho, agentes comunitários de saúde, MariResumo
Este estudo tem como objetivo verificar a percepção que os Agentes Comunitários de Saúde do município de Mari – PB têm sobre o próprio trabalho. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, realizado por meio de questionários e grupos focais, com Agentes Comunitários de Saúde do referido município. Os questionários foram aplicados com participação de todos os cinquenta e três Agentes atuantes locais, e os grupos focais foram realizados em dois momentos, com quatro agentes de saúde e depois com sete. Os dados provenientes dos questionários foram organizados, a partir dos quais foi possível traçar um perfil da categoria. Dos dados provenientes dos grupos focais, surgiram três núcleos argumentativos: o Agente Comunitário como transmissor de informações, percepção do desempenho individual das atividades e burocratização da função. Observou-se que os Agentes têm se compreendido como transmissores de informações, algumas vezes “usados” para atender demandas entendidas como alheias à função, o que tem contribuído para que seja gerada certa sobrecarga de atividades. Percebem também que o trabalho tem se tornado mais individual e burocrático uma vez que novas atribuições têm sido agregadas à função dificultando atividades de caráter mais coletivo. A superação destas dificuldades é possível a partir de um olhar mais cuidadoso para a categoria, entendendo que as atribuições dos Agentes devem convergir, sempre e primeiramente, com as necessidades da população local.
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo, Brasiliense, 1981.
BRASIL. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na saúde Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_gestao_trabalho_educacao_saude_2ed.pdf. Acesso em: 30 de julho de 2019.
BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnab.php>. Acesso em: 03 de agosto de 2019
BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>
Acesso em: 04 de agosto de 2019
BRASIL. Lei Nº 11.350 de 05 de outubro de 2006. Revoga a Lei nº 10.507 de 10 de julho de 2002 e regulamenta o § 5o do art. 198 da Constituição, dispõe sobre o aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. 2o da Emenda Constitucional no 51, de 14 de fevereiro de 2006, e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11350.htm#art21>. Acesso em: 05 de agosto de 2019
BRASIL. Lei Nº 13.595 de 05 de janeiro de 2018. Altera a Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, para dispor sobre a reformulação das atribuições, a jornada e as condições de trabalho, o grau de formação profissional, os cursos de formação técnica e continuada e a indenização de transporte dos profissionais Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13595.htm>. Acesso em: 08 de agosto 2019.
BRASIL. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
BRASIL. Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica_2006.pdf>.
Acesso em: 08 de agosto de 2019
BRASIL. Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BONSRSTEIN, Vera Joana. História e contexto de atuação dos agentes comunitários de saúde no Brasil. In: BORNSTEIN, Vera Joana (org.). Formação em educação popular para trabalhadores da saúde. Rio de Janeiro: EPSJV, 2017.
CARDOSO, L.; GALERA, S. A. F; VIEIRA, M. V. O cuidador e a sobrecarga do cuidado à saúde de pacientes egressos de internação psiquiátrica. Acta paul. enferm., v.25, n.4, pp.517-523, 2012. Disponível em: < https://www2.unifesp.br/acta/pdf/v25/n4/v25n4a6.pdf> Acesso em 09 de Agosto de 2019.
COULON, Alain. Etnometodologia. Petrópolis, Vozes, 1995.
GATTI, Bernadete Angelina. Grupo Focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília. Cyber Livro, 2005.
LOTTA, Gabriela Spanghero. Implementação de Políticas Públicas: o impacto dos fatores relacionais e organizacionais sobre a atuação dos Burocratas de Nível de Rua no Programa Saúde da Família. 2010, 295 f. Tese (Doutorado em Ciência Política) Universidade de São Paulo. São Paulo. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-20102010-120342/pt-br.php> Acesso em 12 de Agosto de 2019.
MAMEDE, Marcia Mendes. Atendimento integrado à saúde e desenvolvimento da criança: módulo II: roteiro de visita domiciliar. Brasília, Ministério da Saúde, 1995.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003. Disponível em: < https://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india> Acesso em 12 de Agosto de 2019.
NESPOLI, Gisele. Da educação sanitária à educação popular em saúde. In: BORSTEIN, Vera Joana (org.). Formação em educação popular para trabalhadores da saúde. Rio de Janeiro: EPSJV, 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10. Ed. São Paulo, Hucitec, 2007.
MINAYO, M. C. de S.; D’ELIA, J. C.; SVITONE, E. O Programa Agentes de Saúde do Ceará. Fortaleza: UNICEF, 1990.
MORAES, I. H. S; SANTOS, S. F. R. Informação em Saúde: Os Desafios Continuam. Revista Ciência e Saúde Coletiva. Jan./jun. 1998. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/DqvbxK7D5P954wkWx5X6vVc/?lang=pt> Acesso em: 09 de setembro de 2021.
NOGUEIRA, R. P.; SILVA, F B. da; RAMOS, Z. V. O. A vinculação institucional de um trabalhador sui generis – o Agente Comunitário de saúde. Brasília, Ministério do Planejamento, 2000.
SILVA, J. A. da; DALMASO, A. S. W. Agente Comunitário de saúde: o ser, o saber, o fazer. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002.
VASCONCELOS, E. M. Educação Popular nos serviços de saúde. São Paulo. Hucitec, 1989.
VASCONCELOS, E. M. Redefinindo as práticas de saúde a partir da educação popular nos serviços de saúde. In: VASCONCELOS, E. M; PRADO, E. V. (Orgs). A saúde nas palavras e nos gestos: reflexões da rede de educação popular em saúde. São Paulo: Hucitec, 2017.
VASCONCELOS, Eymard Mourão. Educação Popular em saúde: de uma prática subversiva a uma estratégia de gestão participativa das políticas de saúde. In: STRECK, Danilo R, ESTEBAN, Maria Tereza (orgs.). Educação Popular: lugar de construção social e coletiva. Petrópolis: Vozes, 2013
WEBER, Max. Ensaios em Sociologia. Oxford university press. Tradução: Galax Book. 1982
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Sustinere pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista SUSTINERE.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição da autoria original obrigatória, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 4.0 adotado pela revista.
A Revista Sustinere está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.