ONDE ESTÃO OS BEBÊS NAS POLÍTICAS? GOVERNAR A INFÂNCIA PARA GOVERNAR A VIDA
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2020.50633Keywords:
bebês, políticas educacionais, governamento, Michel Foucault.Abstract
Esse trabalho faz parte de uma pesquisa que teve como objetivo analisar a entrada dos bebês no contexto das políticas educacionais, tendo como referencial teórico-metodológico Michel Foucault e os princípios da governamentalidade, biopolítica, biopoder e dispositivos de segurança. O autor associa à política a “arte de governar” e apresenta uma “tipologia das formas de governo” que repercute na conduta dos indivíduos e na gestão das famílias. Essa perspectiva é fonte para análise da presença dos bebês nas políticas educacionais como uma forma de organização e gestão das pessoas no mundo a partir do nascimento, ou seja, como forma de “governar a vida”. Conclui-se que o governo sobre os bebês ocorre como meio de governar as famílias e a infância, a partir da construção do “futuro cidadão”.References
ABRAMOWICZ, A. LEVCOVITZ, D. Tal infância. Qual criança? In: ABRAMOWICZ, A. SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: montando o quebra-cabeça da diversidade na escola. Campinas: Papirus, 2005.
ABRAMOWICZ, A; RODRIGUES, T. C; MORUZZI, A. B. O Plano Nacional de Educação e a normatização da infância. In: FARIA, A. L. G; AQUINO, L. M. L. (orgs). Educação infantil e PNE: questões e tensões para o século XXI. Campinas: Autores Associados, 2012.
ANDRADE, L. B. P. Educação infantil: discurso, legislação e práticas institucionais (online). São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
ARCE, A. Friedrich Froebel: o pedagogo dos jardins de infância. Petrópolis: Vozes, 2002.
BALL, S. J. Education Reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open University Press, 1994.
BARBOSA, M. C. Especificidades da ação pedagógica com os bebês. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em movimento–perspectivas atuais. Belo Horizonte: Novembro de 2010. In: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7154-2-2-artigo-mec-acao-pedagogica-bebes-m-carmem/file. Acesso em: 27/08/2016.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Brasília: MEC, 2017. In: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em 23/06/2017.
_________. Lei 12796/13. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm Acesso em 20/04/2016.
__________. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2001. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10172.htm. Acesso em: 10/07/2017.
__________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: MEC, 1996.
__________. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990.
__________. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BUJES, M. I. E. Infância e Risco. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 157-174, set./ dez. 2010.
_________________________. Artes de governar a infância: linguagem e naturalização da criança na abordagem de educação infantil da Reggio Emília. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 48, p. 101-123, dez. 2008.
__________________________. O fio e a trama: as crianças nas malhas do poder. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 25, n. 1, p. 25-44, jan./ jun. 2000.
FIMYAR, O. Governamentalidade como ferramenta conceitual na pesquisa de políticas educacionais. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 34, n. 2, p. 171-186, maio/ago. 2009.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
_________________. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.
__________________. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
__________________. História da Sexualidade- a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1977.
HOUAISS, A. Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 3ªed. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1987.
KUHLMANN JR., M. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 2001.
________________________. Histórias da Educação Infantil brasileira. In: Revista Brasileira de Educação. Mai/jun/jul/ago 2000. n 14. p. 5-8.
LOCKMANN, K; MOTA, M. R. A. Práticas de assistência à infância no Brasil: uma abordagem histórica. Revista Linhas, Florianópolis, v. 14, n. 26, jan./jun. 2013, p. 76 –111.
LLORET, C. As outras idades ou as idades do outro. In: LARROSA, J. LARA, N. P. Imagens do outro. Petrópolis: Vozes, 1998.
MAINARDES, J. Análise de políticas educacionais: breves considerações teórico-metodológicas. Contrapontos, volume 9, nº 1, p. 4-16, Itajaí, jan/abr, 2009.
MONTAÑO, C. DURIGUETTO, M. L. Estado, classe e movimento social. São Paulo: Cortez, 2011.
NUNES, M. F. R; CORSINO, P; DIDONET, V. Educação infantil no Brasil: primeira etapa da educação básica. Brasília: UNESCO, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, Fundação Orsa, 2011.
REVEL, J. Nas origens do biopolítico: de Vigiar e punir ao pensamento da atualidade. In: Kohan, Walter. Gondra, José (orgs). Foucault 80 anos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
__________. Michel Foucault: conceitos essenciais. São Carlos: Claraluz, 2005.
ROSEMBERG, F. A criança pequena na agenda de políticas para a infância: representações e tensões. In: PALACIOS, J; CASTÑEDA, E. (Orgs.). A primeira infância (0 a 6 anos) e seu futuro. Madri: Fundação Santillana, 2009. Disponível em: http://www.diversidadeducainfantil.org.br Acesso em: 26 jul. 2017.
SILVEIRA, D. S. Governamentalidade, saberes e políticas públicas na área de Direitos Humanos da criança e do adolescente. In: RESENDE, H. (org). Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
TEBET, G. G. C. Isto não é uma criança! Teorias e métodos para o estudo de bebês nas distintas abordagens da sociologia da infância de língua inglesa. 2013. Tese (Doutorado em Educação)- Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2013.
TEBET, G. G. C. ABRAMOWICZ, A. O bebê interroga a Sociologia da Infância. Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 20, n. 41, p. 43-61, jan./abr. 2014. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/12417/8643. Acesso em: 11 set. 2017.
_______________. Constituindo o bebê como um conceito teórico no interior da Sociologia da Infância. 36ª Reunião Nacional da ANPED. Goiânia, 2013. Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt07_3164_texto.pdf. Acesso em: 11 set. 2017.
VEIGA-NETO, A. Por que governar a infância? In: RESENDE, H. (org). Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors retain copyright to their work, are permitted to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this may generate productive changes, as well as increasing the impact and citation of published work.
The acceptance of the text implies the authorization and exclusivity of the Revista Interinstitucional Artes de Educar regarding the right of first publication, the published works are simultaneously licensed with a Creative Commons Attribution-Non Commercial 4.0 International License