ETNOGRAFIA DE MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE: A MEDICALIZAÇÃO E O ISOLAMENTO COMO FORMAS DE CONTROLE DOS CORPOS
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2019.38349Keywords:
Medicalização, Privação de liberdade, Etnografia, Mulheres.Abstract
Resumo: A medicalização e o isolamento como formas de controle são trazidos, neste artigo, nas vozes de mulheres em espaços de privação de liberdade a partir das análises de uma pesquisa etnográfica que investigou três penitenciárias femininas e uma unidade para jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas de internação, no Estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Apresenta-se, o modo como a norma institucional impossibilitada de compreendê-las pela cultura hegemônica, as enquadra e as reduz às díades, normal e anormal, certo e errado, bom e mau, através de sanções normalizadoras da sociedade contemporânea. Os resultados contribuem para o entendimento sobre o não-lugar dessas mulheres, marcado pela docilização, medicalização e isolamento dos seus corpos.
Palavras-chave: Medicalização; Privação de liberdade; Etnografia; Mulheres.
References
ASSIS, S. G. de; CONSTANTINO, P. Filhas do mundo: infração juvenil no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. Modernidade, pluralismo e crise de sentidos: a orientação do homem moderno. Petrópolis: Vozes, 2004.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BOURDIEU, P. Pierre Bourdieu entrevistado por Maria Andréa Loyola. Pensamento Contemporâneo. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2002.
BUCKERIDGE, F. C. Por entre as grades: um estudo sobre o cotidiano de uma prisão feminina. 2011. 112 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2011.
CASTRO, P. A. Controlar para quê? Uma análise etnográfica do controle na interação entre professor e aluno na sala de aula. 2006.187 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
CASTRO, P. A. de. O estigma no espaço escolar: a prática dos conselhos de classe. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v.19, n2, p.158-172, jul./dez. 2011.
CASTRO, P. A. de. Tornar-se aluno: identidade e pertencimento – um estudo etnográfico. 2011. 157f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 1999.
FOUCAULT, M. Os Anormais: curso no Collège de France (1974-1975). São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento das prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação de identidade deteriorada. Tradução Márcia Bandeira de M. Leite Nunes. 2a ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
HARGREAVES, A. A política emocional no fracasso e no êxito escolar. In: MARCHESI, A., GIL, C. H. (org.). Fracasso escolar uma perspectiva multicultural. Porto Alegre: ArtMed, 2004.
MATTOS, C. L. G. de; CASTRO, P. A. de. Análises etnográficas das imagens sobre a realidade do aluno no enfrentamento das dificuldades e desigualdades na sala de aula. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda; BARRETO, Raquel Goulart.(Org.). Pesquisa em educação: métodos, temas e linguagens. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
MATTOS, C.L.G. de. O conselho de classe e a construção do fracasso escolar. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 215-228, maio/ago. 2005
MOYSÉS, M. A. A. A institucionalização invisível – crianças que não-aprendem-na-escola. Campinas, SP: FAPESP/ Mercado de Letras, 2001.
PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
PATTO, M. H. S. Introdução à Psicologia Escolar. São Paulo: T. A. Queiroz, 1981.
VEIGA-NETO, A. Incluir para excluir. In: LARROSA, J; SKLIAR, C. (Org.). Habitantes de Babel: políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors retain copyright to their work, are permitted to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this may generate productive changes, as well as increasing the impact and citation of published work.
The acceptance of the text implies the authorization and exclusivity of the Revista Interinstitucional Artes de Educar regarding the right of first publication, the published works are simultaneously licensed with a Creative Commons Attribution-Non Commercial 4.0 International License