DA LINHA À ESCULTURA: ARTE CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO LIBERDADE EXPRESSIVA DAS CRIANÇAS

Resumo

Este artigo apresenta um relato de experiência, fundamentado na perspectiva da pesquisa-ação, com o objetivo de descrever e analisar uma intervenção pedagógica que buscou romper com o modelo tradicional de ensino de arte na Educação Infantil, onde o desenho pronto e a orientação dirigida limitavam a criatividade. O projeto foi desenvolvido em uma turma de infantil 5 numa escola pública em Caucaia - CE e transformou uma exigência curricular (sobre regiões do Brasil) em uma investigação sobre a arte contemporânea, utilizando a obra da artista gaúcha Elisa Zattera como inspiração. Foram propostas experiências com a desmistificação da linha e a exploração de materialidades não convencionais (tecidos, cilindros de papelão). Os resultados demonstram que, ao serem encorajadas, as crianças ampliaram sua autonomia, inventividade e desconstruíram preconceitos sobre o processo artístico, valorizando a experiência de criação em detrimento do produto final. Conclui-se que o percurso valida a urgência de proposições artísticas livres que revelem e ampliem os olhares das crianças para o mundo, apesar da resistência do corpo docente a essa abordagem.