ARTICULAÇÃO TEORIA-PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE: AS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DE PROFESSORES NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2024.76645Palavras-chave:
Licenciatura em Química, formação de professores, teoria-prática, professores formadores, estratégias de ensinoResumo
Este artigo tem o objetivo de apresentar as estratégias pedagógicas desenvolvidas por professores de cursos de licenciatura que favorecem a articulação teoria-prática, identificadas em uma pesquisa de mestrado em Educação. Essa pesquisa focalizou a atuação pedagógica de professores formadores, indicados por licenciandos concluintes, atuantes em quatro cursos de licenciatura em Química, localizados no estado do Rio de Janeiro. Parte-se do pressuposto de que os currículos desses cursos são marcados pela supremacia dos conhecimentos específicos sobre os conhecimentos pedagógicos, favorecendo um distanciamento com a prática docente. Assim, a pesquisa adotou um ponto de vista contrário, identificando as possibilidades encontradas por professores formadores para promover a aproximação da teoria com a prática em suas aulas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com questionários aplicados a estudantes concluintes de cursos de licenciatura em Química para indicação dos professores e com entrevistas individuais semiestruturadas com esses docentes. Neste artigo, a partir da análise de conteúdo, são abordadas seis estratégias de ensino utilizadas pelos formadores em suas aulas, que são: metodologias ativas; meta-aula; construção de intervenções didáticas pelos próprios estudantes; metodologia de projetos; deslocamento da avaliação tradicional; e análise de material didático. Destaca-se que as práticas pedagógicas dos docentes, em sua maioria, buscam promover a aproximação entre a universidade e a escola, favorecida pelos professores formadores que possuem experiências profissionais na educação básica. Aponta-se a necessidade de construção de espaços de formação continuada com professores formadores, a fim de promover o compartilhamento das práticas e do encontro entre a universidade e a escola.Referências
ALVES, J. S.; SANTOS, L. M. A.; MACHADO, P. S. Metodologias ativas: necessidade ou “modismo”. Revista educacional interdisciplinar, v. 7, n. 1, 2018.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Resolução CNE/ CP N° 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, 09 abr. 2002. Brasília, 2002.
BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, cria os Institutos federais de educação, ciência e tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 30 dez. 2008.
CAMAS, N. P. V.; BRITO, G. S. Metodologias ativas: uma discussão acerca das possibilidades práticas na educação continuada de professores do ensino superior. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 17, n. 52, p. 311-336, 2017.
CANDAU, V. M. A didática e a formação de educadores – Da exaltação à negação: a busca por relevância. In: CANDAU, V. M. (org.). A didática em questão. 1 ed. Petrópolis: Vozes, 1983. p. 13-24.
CANDAU, V. M.; LELIS, I. A. A Relação Teoria-Prática na Formação do educador. In: CANDAU, V.M. (org.). Rumo a uma Nova Didática. 1 ed. Petrópolis: Vozes, 1983. p.56-72.
CRUZ, G. B. Didática e docência no ensino Superior. Revista brasileira de estudos pedagógicos, v. 98, n. 250, p. 672-689, 2017.
CRUZ, G. B.; ANDRE, M. O ensino de Didática e o aprendizado da docência na visão de professores formadores. Revista diálogo educacional, v. 12, n. 35, p. 79-101, 2012.
DEWEY, J. Democracy and education. 1 ed. New York: Simon & Schuster, 1916.
DINIZ-PEREIRA, J. E. Da racionalidade técnica à racionalidade crítica: formação docente e transformação social. Perspectiva em diálogo: Revista de Educação e Sociedade, Naviraí, v. 1, n. 1, p. 34-42, 2014.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.
GATTI, B. A.; et al. Professores do Brasil: novos cenários de formação. 1 ed. Brasília: UNESCO, 2019.
GEMIGNANI, E. Y. M. Y. Formação de professores e metodologias ativas de ensino-aprendizagem: ensinar para a compreensão. Revista fronteiras da educação, Recife, v. 1, n. 2, p. 1-27, 2012.
HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, António. (Org). Vidas de professores. 2. ed. Porto: Porto, 1999.
KOFF, A. M. N. S. Escola, conhecimentos e culturas: projetos de investigação como estratégia teórico-metodológica de reorganização curricular. Tese de Doutorado (Educação). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
LARA, S. M.; DORNELES, M. C.; LARA, L. L. C. O PIBID e a contribuição na formação para a docência. In: IV Seminário internacional de representações sociais, subjetividade e educação e VI Seminário internacional sobre profissionalização docente, Anais eletrônicos. Maués: IFAM, 2017. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23342_13644.pdf. Acessado em 20 de setembro de 2020.
LEITE, I. S.; et al. Uso do método cooperativo de aprendizagem Jigsaw adaptado ao ensino de nanociência e nanotecnologia. Revista brasileira de ensino de Física, v. 35, n. 4, 2013.
LIMA, J. P. M. Uma luz no fim do túnel: O PIBID como possibilidade de melhoria da formação inicial de professores no curso de licenciatura em Química da Universidade Federal de Sergipe/ Campus de São Cristóvão. Tese de doutorado (Educação). Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2018.
MASETTO, M. T. Metodologias ativas no ensino superior: para além da sua aplicação, quando fazem a diferença na formação de profissionais? Revista E-Curriculum, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 650-667, 2018.
MASSENA, E. P. A história do currículo da Licenciatura em Química da UFRJ: tensões, contradições e desafios dos formadores de professores (1993-2005). Tese de Doutorado (Educação). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
MESQUITA, S. S. A. Professores de ensino médio: condições de trabalho e características formativas de uma categoria profissional silenciada. Ensaio em Revista, Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 302-332, 2020.
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação básica, 2007.
NOVOA, A. Professores: imagens do futuro presente. 1 ed. Lisboa: Educa, 2009.
NOVOA, A. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 47, n. 166, p. 1106-1133, 2017.
PEREIRA, Z. T. G; SILVA, D. Q. Metodologia ativa: sala de aula invertida e suas práticas na educação básica. Revista iberoamericana sobre calidad, eficacia y cambio en educación, v. 16, n. 4, p. 63-78, 2018.
ROLDÃO, M C. Função docente: natureza e construção do conhecimento profissional. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 34, p. 94-103, 2007.
SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 40, p. 143-155, 2009.
SILVA, F. B.; BERNARDO, P. T. O.; LECCI, L. S. Formação de professores e metodologias ativas: refletir e ressignificar. Geografia: ambiente, educação e sociedades – GeoAmbES, v. 3, n. 1, p. 90-102, 2020.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 17 ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Leonardo Santos Silva, Silvana Soares de Araujo Mesquita
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores mantêm os direitos autorais dos seus trabalhos, têm permissão para publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A aceitação do texto implica na autorização e exclusividade da Revista Interinstitucional Artes de Educar acerca do direito de primeira publicação, os trabalhos publicados estão simultaneamente licenciados com uma licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial 4.0 Internacional