A POLÍTICA DE RESERVA DE VAGAS EM INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2023.73735

Palavras-chave:

Ações Afirmativas, Lei de Cotas, Acesso, Instituições Federais de Ensino.

Resumo

Este artigo objetiva analisar como a política de ação afirmativa para o acesso de alunos de escolas públicas, negros, de baixa renda, indígenas e com deficiência se efetiva nas instituições federais de ensino no contexto de uma década de existência da Lei Nº 12.711/2012, conhecida como “Lei de Cotas”. Compreende-se, de acordo com o contexto social e histórico do Brasil, a possibilidade de enfrentar as desigualdades sociais e étnicas. Superar a exclusão, favorecer a luta contra os preconceitos e defender a inserção cidadã na sociedade entre os diferentes, pois ensinar e aprender implica em convivência. A partir da abordagem qualitativa, sob a perspectiva histórica e legal, foi realizada uma revisão de literatura e análise documental desta lei. Como metodologia de análise foi utilizada a abordagem do ciclo de políticas, na qual possibilitou perceber o movimento realizado e a transformação provocada pela política entre diferentes contextos. Observou-se, que a política de ações afirmativas contribui para a redução de disparidades de acesso ao ensino público federal, em especial, destaca-se o papel da lei para a unificação de critérios e exigência de que todas as universidades e institutos federais criem políticas de cotas.

Biografia do Autor

Ilca Dos Santos Freitas, UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Doutoranda em Educação pela Universidade São Francisco (USF), Campus Itatiba, Mestra em Educação pelo Centro Universitário Salesiano São Paulo, Unidade de Americana. Atua como Assistente Social no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Piracicaba. É membro do Grupo de Pesquisa em Ética, Política e História da Educação Brasileira (GEPHEB/CNPQ) da USF. Bolsista de Doutorado com Contrapartida – BCD/USF. Itatiba-SP. Brasil. E-mail: ilca.ifsp@gmail.com

Samira Nathalia Pizza, Universidade São Francisco

Doutoranda em Educação pela Universidade São Francisco (USF), Mestra em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Atua como assistente social no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus São Carlos. É membro do Grupo de Pesquisa em Ética, Política e História da Educação Brasileira (GEPHEB/CNPQ) da USF. Bolsista pela Capes. Itatiba-SP. Brasil. E-mail: samiranathalia@gmail.com

Sônia Aparecida Siquelli, Universidade São Francisco

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Atua como professora da Universidade São Francisco. Líder do Grupo de Pesquisa em Ética, Política e História da Educação Brasileira (GEPHEB/CNPQ) da USF. Itatiba - SP. Brasil. E-mail: soniapsiquelli@gmail.com

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Publicado

20-11-2023

Como Citar

FREITAS, Ilca Dos Santos; PIZZA, Samira Nathalia; SIQUELLI, Sônia Aparecida. A POLÍTICA DE RESERVA DE VAGAS EM INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 305–325, 2023. DOI: 10.12957/riae.2023.73735. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/73735. Acesso em: 28 mar. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ - 20 ANOS DA LEI 10.639: CONVERSAS CURRICULARES ENTRE SABERES, PRÁTICAS E POLÍTICAS ANTIRRACISTAS