O ESTUDO DAS AFRICANIDADES COMO INSTRUMENTO DE SISTEMATIZAÇÃO DO ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRODESCENDENTE
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2023.73636Palabras clave:
Africanidades, Lei 10.639/03, Percursos urbanos.Resumen
O escopo principal deste trabalho foi analisar o estudo das africanidades como instrumento de sistematização da Lei 10.639/03. Para tanto, nos fundamentamos no método da afrodescendência, o qual possibilita o entendimento da complexidade sistêmica africana ressignificada no contexto da diáspora brasileira. Como procedimento metodológico tivemos a revisão de literatura e a pesquisa empírica. Trabalhamos com autores que nos permitem refletir sobre a colonização africana no Brasil, a exemplo de Querino (1918) e Cunha Junior (2010), a relação entre população negra e educação, como Nunes, Santana e Franco (2021) e as africanidades caririenses como Silva (2019) e Silva e Cunha Junior (2019). Por sua vez, a pesquisa empírica foi desenvolvida através do referencial teórico-metodológico dos percursos urbanos, os quais ocorreram na cidade do Crato-Ce, localizada na região do Cariri cearense. Para esse estudo, consideramos os percursos nas praças públicas, especialmente na Praça da Sé da cidade em questão. Compreendemos que o reconhecimento e a compreensão das africanidades nos propiciam vislumbrar as trajetórias negras no espaço geográfico, bem como o protagonismo social negro, num movimento que nos conecta, necessariamente, ao território ancestral. E nesse contexto, temos nas africanidades um instrumento de efetivação do ensino da História e Cultura Africana e Afrodescendente.
Citas
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 17 fev. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 3, de 10 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 mar. 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº. 01, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciaise para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Plano Nacional de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC, 2009.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Africanidade, afrodescendência e educação. Educação em debate, Fortaleza, v.2, n. 42, p. 1-11, 2001.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Afrodescendência e Africanidades: Um dentre os diversos enfoques possíveis sobre a população negra no Brasil. Interfaces de Saberes (FAFICA. Online), v. 1, p. 14-24, 2013.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Metodologia da Afrodescendência: uma discussão para finalizar as leituras. In: Ações afirmativas da população negra: o contexto da educação brasileira. Fazer Educativo. BIÉ, Estanislau Ferreira; CUNHA JUNIOR, Henrique; SILVA, Maria Saraiva (orgs), n.15. INESP: Fortaleza, 2018. p. 395-400.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Tecnologia africana na formação brasileira. Rio de Janeiro: CEAP, 2010.
CUNHA JUNIOR. Henrique. Bairros negros: epistemologia dos currículos e prática pedagógica. In: Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Questões Curriculares, Educação, Formação e Crioulidade., 2017, Cidade de Praia, Cabo Verde. Anais eletrônicos…, 3 UniCV, 2017. Disponível em: <https://proceedings.science/coloquio/trabalhos/bairros-negros-epistemologia-dos-curriculos-e-praticas-pedagogica?lang=pt-br> Acesso em: 25 fev. 2023.
FARIAS FILHO, Waldemar Arraes. Crato: evolução urbana e arquitetura 1949-1960. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2007.
NASCIMENTO, Beatriz. Beatriz Nascimento, quilombola e intelectual: Possibilidades nos dias da destruição. São Paulo: Editora Filhos da África, 2019.
NUNES, Cicera.; SANTANA, Jusciney Carvalho.; FRANCO, Nanci Helena Rebouças. Epistemologias negras e educação: relações étnico-raciais na formação do(a) pedagogo(a). Roteiro, Joaçaba, v. 46, p. 1-18, jan./dez. 2021.
QUERINO, Manuel. O colono preto como fator da civilização Brasileira. Disponível em: <https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20815/13416>. Acesso em: 12 abr. 2022.
SILVA, Meryelle Macedo da. O ensino de geografia e a efetivação da Lei. 10.639/03 nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 2022. 44f. Monografia (Graduação em Pedagogia)-Departamento de Educação, Universidade Regional do Cariri-URCA. Crato, 2022.
SILVA, Meryelle Macedo da. Patrimônio Arquitetônico Afrocratense: implicações educativas. 2019. 114f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Regional do Cariri-URCA. Crato, 2019.
SILVA, Meryelle Macedo da.; CUNHA JUNIOR, Henrique. Alto da Penha: percursos urbanos e africanização dos currículos. In: REIS, Thiago S.; FERREIRA, Maria (orgs.). Actas Completas da 4ª Jornada Virtual Internacional em Pesquisa Científica: Educação, Cultura e Cidadania. Porto: Editora Cravo, 2022, pp.262-273.
SILVA, Meryelle Macedo da; CUNHA JUNIOR,Henrique. Percursos urbanos como forma de pesquisar o patrimônio afrocratense. GeoTextos, vol. 15, n. 2, dez., p. 199-215, 2019.
WEIMER, Gunter. Inter-relações afro-brasileiras na arquitetura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Meryelle Macedo da Silva, Rafael Ferreira da Silva, Henrique Cunha Junior

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los autores conservan los derechos de autor de su trabajo, pueden publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar la impacto y citación del trabajo publicado.
La aceptación del texto implica la autorización y exclusividad de la Revista Interinstitucional Artes de Educar en cuanto al derecho de primera publicación, las obras publicadas son licenciadas simultáneamente con una Licencia Creative Commons Atribución-No Comercial 4.0 Internacional