RAP E O MOVIMENTO NEGRO EDUCADOR: JUVENTUDE NEGRA NO PROTAGONISMO DA LEI 10.639/03

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2024.73435

Palavras-chave:

juventude negra, periferia, hip hop, autoetnografia, ações afirmativas.

Resumo

Esta autoetnografia apresenta reflexões sobre o movimento hip hop no contexto das periferias paulistanas na década de 1990, a relação dessa expressão com a juventude negra e sua perspectiva ativista e educadora. Os trabalhos de Marilia Sposito, Juarez Dayrell e Elaine Andrade sobre o rap na experiência juvenil, e de Nilma Lino Gomes sobre o Movimento Negro Educador são referências teóricas centrais. Considerando as diversas pesquisas sobre o tema, esse trabalho dialoga com parte da biografia de um artista negro da periferia de São Paulo, que vivenciou um letramento racial/social por meio do rap. A partir da experiência de um dos autores, argumenta sobre a importância da juventude negra e do rap para a implementação das ações afirmativas no Brasil.



Biografia do Autor

Michel da Silva Ceriaco (Michel Yakini-Iman), Universidade Federal de São Carlos

Michel da Silva Ceriaco (Michel Yakini-Iman) é escritor, artista-educador e produtor cultural. Mestre e Doutorando em Educação do PPGed UFSCar - Campus Sorocaba.

Maria Carla Corrochano, Universidade Federal de São Carlos

Professora Associada II do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGed-So) e do Mestrado em Estudos da Condição Humana da Universidade Federal de São Carlos/ Campus Sorocaba. Graduada em Ciências Sociais (1996) e mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (2001). Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2008), com um período de estudos realizado junto aos Laboratórios GTM e ULISS, vinculados ao CNRS, Paris. Integra a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), tendo coordenado o GT03 - Movimentos Sociais, sujeitos e processos educativos no biênio (2017-2019). Atualmente coordena o GT Sociologia da Juventude da Sociedade Brasileira de Sociologia. Foi assessora do Programa Juventude da Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação e consultora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a elaboração da Agenda e do Plano Nacional de Trabalho Decente para a Juventude no Brasil. Foi Chefe do Departamento de Ciências Humanas e Educação/ CCHB/ UFSCar entre os anos de 2013 e 2017. Coordena o grupo de pesquisa: Gerações, percursos de vida e processos educativos. Desenvolve pesquisas em Sociologia da Educação, Sociologia da Juventude e Sociologia do Trabalho e da Vida Econômica. Bolsista Produtividade do CNPq

Referências

ANDRADE, Elaine Nunes. Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

______________________. Hip Hop: Movimento Negro Juvenil. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org.). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

AZEVEDO, Amailton Magno Grillu; SILVA, Salloma Salomão Jovino da. O som que vêm das ruas - A música como sociabilidade e lazer da juventude negra urbana. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org.). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

BOSSLE, F.; NETO, V. M. No olho do furacão: uma autoetnografia em uma escola da rede municipal de ensino de Porto Alegre. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 31, n. 1, p.131-146, 2009.

BOTELHO, Guilherme Machado. Quanto vale o show?: O fino Rap de Athalyba-Man.

São Paulo: Ed. do Autor, 2022.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do

ser. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

CONTI, Ana Paula. À deriva. Um estudo sobre a expansão do ensino médio no estado de São Paulo (1991 - 2003). Tese de Doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2015

D`ANDREA, Pablo Tiarajú. A formação dos sujeitos periféricos: Cultura e política na periferia de São Paulo. Tese de Doutorado em Sociologia. USP. São Paulo, 2013.

DAYRELL, Juarez. A escola “faz” as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil. Revista Educação e Sociedade. Vol. 28, n. 100, p. 1105-1128. Campinas, 2007.

DUBET, François, MARTUCCELLI, Danilo. En la escuela. Sociología de la experiencia escolar. Buenos Aires: Editorial Losada S.A, 1998.

GAMA, Fabiane. A autoetnografia como método criativo - experimentações com a esclerose múltipla. Anuário Antropológico. v. 45. n. 2. UNB, 2020.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro Educador: saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

GUIMARÃES, Maria Eduarda Araujo. Rap: transpondo fronteiras da periferia. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org.). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

HADDAD, S. Educação e exclusão no Brasil. Le Monde Diplomatique, Paris, 2008.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação – Episódios de racismo cotidiano. Tradução de

Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.

MADEIRA, Felícia Reicher. “Os jovens e as mudanças estruturais na década de 70:

questionando pressupostos e sugerindo pistas”. Cadernos de Pesquisa, n. 58,

, pp. 15-48

PERCILIANO, Michele. No ritmo da poesia: o rap e o hip hop como estratégia didática para ensino da história da África e da cultura afro-brasileira. VIII Congresso Internacional de História. UNESPAR, 2017.

PLÁCIDO, Ricardo do Ó. Territórios Negros: Cartografias e Etnicidades na Experiência do rap Paulistano (1970-1990). Dissertação (Mestrado em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades), Universidade de São Paulo, 2019.

SANTOS, Sandra. Alunos, estes desconhecidos. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999

SILVA, Cidinha da. Projeto Rappers: Uma iniciativa pioneira e vitoriosa de interlocução entre uma organização de mulheres negras e a juventude no Brasil. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

SILVA, José Carlos Gomes da. Arte e educação: experiência do movimento Hip Hop

paulistano. In: ANDRADE, Elaine Nunes de (org). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança. São Paulo: Parábola Editorial, 2011

SPOSITO, Marilia Pontes. A sociabilidade juvenil e a rua: novos conflitos e a ação coletiva na cidade. Tempo Social; Rev. Sociologia USP, São Paulo, 1993, 161-178.

SPOSITO, Marilia Pontes. Algumas reflexões e muitas indagações sobre as relações entre juventude e escola no Brasil. In: ABRAMO, H.; BRANCO, P.P.M.(Org.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Instituto Cidadania; Fundação Perseu Abramo, 2005. p. 87-128.

SPOSITO, Marilia Pontes; SOUZA, Raquel. Desafios da reflexão sociológica para análise do ensino médio no Brasil. In: KRAWCZYK, Nora (Org.). Sociologia do ensino médio: crítica ao economicismo na política educacional. São Paulo: Cortez, 2014. p. 33-62

S, M. P; A, E de; AUTOR, 2020. (Será inserido por completo após aprovação)

VERSIANI, Daniela Beccaccia. Autoetnografias: conceitos alternativos em construção. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005

Discografia:

MAYFIELD, CURTIS. Superfly. EUA, 1972.

GOG. Dia a dia da periferia. Distrito Federal: Independente, 1994

RACIONAIS MC´S. Escolha seu caminho. São Paulo: Zimbabwe, 1992.

_________________. Raio X Brasil. São Paulo: Zimbabwe, 1993.

_________________. Sobrevivendo no Inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997.

RZO. Todos são manos. São Paulo: Cosa Nostra Fonográfica, 2002.

SISTEMA NEGRO. Bem-vindo ao Inferno. São Paulo: RDS Zimbabwe, 1994.

Downloads

Publicado

09-01-2024

Como Citar

DA SILVA CERIACO (MICHEL YAKINI-IMAN), Michel; CORROCHANO, Maria Carla. RAP E O MOVIMENTO NEGRO EDUCADOR: JUVENTUDE NEGRA NO PROTAGONISMO DA LEI 10.639/03. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 267–282, 2024. DOI: 10.12957/riae.2024.73435. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/73435. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ - 20 ANOS DA LEI 10.639: CONVERSAS CURRICULARES ENTRE SABERES, PRÁTICAS E POLÍTICAS ANTIRRACISTAS