SEMEANDO SABERES AFRICANOS: DESCOLONIZANDO A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

JÚLIO OMAR DA SILVA LOURENÇO; Bruno Andrade Pinto Monteiro; Fabiana de Freitas Poso

doi:10.12957/riae.2025.72618

Autores

JÚLIO OMAR DA SILVA LOURENÇO NUTES/UFRJ http://orcid.org/0000-0001-9317-3610
Bruno Andrade Pinto Monteiro NUTES/UFRJ http://orcid.org/0000-0001-8933-5816
Fabiana de Freitas Poso Nutes / UFRJ http://orcid.org/0000-0003-0589-3031

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2025.72618

Palavras-chave:

matemática, jogos de mancala, narrativas docentes, educação antirracista, decolonialidades

Resumo

Este artigo é parte integrante de uma pesquisa de mestrado que buscou investigar as potencialidades dos jogos africanos da família Mancala na educação básica, a partir das narrativas docentes. Refletindo sobre a colonialidade do saber e a ocorrência de epistemicídios contra às culturas africanas a partir do pensamento colonial dominante sobretudo, em territórios da América Latina. Apresentamos aspectos dos conhecimentos matemáticos, científicos e filosóficos que estão presentes nos jogos de Mancala como forma de resistência epistemicídios a diversas formas de violências culturais. Para tanto, realizamos entrevistas narrativas e análise de conteúdo, a fim de compreender, concepções e valores que emergiram dos discursos dos entrevistados. Também buscamos compreender em que medida, suas concepções sobre a utilização de jogos da família de Mancala podem contribuir para o ensino de uma matemática antirracista, decolonial e comprometida com a diversidade, justiça social e a transformação das representações sobre as culturas dos povos africanos e afrodescendentes.

Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1977.

BOLOGNANI, Marjorie Samira Ferreira. Narrativas de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental: marcas da escola e da matemática escolar. 212 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade São Francisco, São Paulo, 2013.

BRASIL. Lei 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília.

CARNEIRO, Aparecida Sueli; FISCHMANN, Roseli. A Construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 339 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005

JOVCHELOVITCH, S; BAUER, M.W. Entrevista Narrativa. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (Org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. p. 90-113.

DAYRELL, Juarez Tarcisio. A ESCOLA COMO ESPAÇO SÓCIO-CULTURAL In: Juarez Dayrell (org) Múltiplos olhares sobre educação e cultura. 2ª. reimpressão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1996

CUNHA JR, Henrique Antunes. Africanidade, Afrodescendência e Educação. Educação em Debate, Fortaleza, Ano 23.v.2.n°42.2005

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos Currículo sem Fronteiras, v. 12. n.1, p.98-109, 2012

JOAZE, Bernardino-Costa et al. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico – 2. Ed. 1ª reimpressão – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Superando o Racismo na escola, 2a edição revisada. In: Kabengele Munanga. (Org.). Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília 2008, p. 200.

PEREIRA, Rinaldo Pevidor. Mancala: o jogo africano no ensino da matemática. 1. Ed.Curitiba: Appris, 2011.

SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul. 1.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

SANTOS, Celso José dos. Limites e potencialidades do uso dos mankalas na educação matemática e nas relações etnico-raciais no ambiente escolar.

Disponível em:

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_celso_jose_santos.pdf. Acesso em 4 de janeiro de 2023.

SANTOS, Eliane Costa; FRANÇA, Maria da Conceição dos Santos. Simbiose entre Etnomatemática e a cultura Africana: Jogo Mancala Awelé em sala de aula. Disponível em: http://revista.geem.mat.br/index.php/CPP/article/view/170. Acesso em 30 de dezembro de 2022.

SILVA et al. Família mancala. Imagens Da Educação, v. 10, n. 3, p. 96-111, 2020.

SILVA, M. Educação afrocentrada como pedagogia decolonial no contexto educacional brasileiro. Práxis Educativa, v. 17, p. 1–14, 2022.

TUCHAPESK, Michaela da Silva. Etnomatemática e interdisciplinaridade na escola: Estudando a Mancala. SBEM, XIII ENEM, 2019, Curitiba. Anais [...], p. 328-349.