“Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante”: memórias de uma pedagogia macunaímica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2022.65322

Palavras-chave:

Arte-educação, pedagogia macunaímica, cultura popular

Resumo

Este relato de experiência traz algumas vivências pessoais e profissionais de seus autores/as, as quais foram reconhecidas como inspiradas pelo sonho de uma identidade nacional diversificada, inventiva, brincante e pós-colonial, na esteira do que idealizou e colocou em prática Mário de Andrade no contexto do movimento modernista brasileiro. Tem o objetivo de produzir um atravessamento dessas questões sobre suas práxis. A primeira autora, como educadora e pesquisadora atuando na formação de professores/as por meio das temáticas da diversidade, da cultura popular e da valorização da infância, e o segundo autor, dramaturgo com atuação voltada no desenvolvimento de projetos educacionais não-escolares, buscam trazer elementos que apontam caminhos e endossam o que denominam uma pedagogia macunaímica, através da inseparabilidade entre arte, ludicidade, cultura popular e operária. Como metodologia optou-se pelo memorial, como relato de experiência dos/as narradores/as perpassado pela história-cultural a qual estão inseridos/as. A reflexão atenta para traços de experiências marcadas pela luta, pela utopia e o potencial de transformação de iniciativas libertárias e macunaímicas nos espaços públicos, no campo da arte e da educação.

Biografia do Autor

Juliane Odinino, Faculdade Municipal de Palhoça

Cientista social e mestre

Referências

ANDRADE. Oswald. O Manifesto Poesia Pau-Brasil. Jornal Correio da Manhã. São Paulo, março, 1924.

ANDRADE. Oswald. Manifesto Antropófago. Revista de Antropofagia. Piratininga, ano I, n. 1, maio 1928.

BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117, 2013.

BARCELOS, Valdo; SILVA, Ivete S. Antropofagia cultural brasileira e educação – contribuições ecologistas para uma pedagogia da “devoração”. Revista Poiesis, v. 1, n. 1, p. 20-41, jan./abr. 2008.

BONDÍA, Jorge L. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 5. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

CANCLINI, Nestor G. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2008.

CHAVES, Pedro J. Didática, decolonialidade e epistemologias do Sul: uma proposta insurgente contra a neoliberalização do ensino escolar e universitário. Curitiba: CRV, 2021.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

LOBATO, Monteiro. O Saci. São Paulo: Brasiliense, 2005.

MENDES, Gabriela da S.; FONSECA, Alexandre B. C. da. A questão de gênero numa perspectiva decolonial. Revista Educação Pupilar, Uberlândia, v. 19, n. 1, p. 82-101, jan./abr. 2020.

MORAES, Ana C. Pedagogia Antropofágica: Diálogos. Fortaleza: EdUece, 2015.

MORAES, Ana C. Educação Estética na Universidade: antropofagias e repertórios artístico-culturais de estudantes. Fortaleza: EdUece, 2016.

MORAES, Ana C.; Therrien, Jacques. Pedagogia antropofágica no aprofundamento do repertório de saberes culturais de estudantes de Pedagogia e seus professores. Eccos revista científica, São Paulo, n. 46, p. 53-69, mai./ago. 2018.

MORAIS, Regis. Cultura Brasileira e Educação. Campinas-SP: Papirus, 2002.

OLIVEIRA, Rosana M. Descolonizar os livros didáticos: raça, gênero e colonialidade nos livros de educação do campo. Revista Brasileira de Educação, Brasília, v. 22, n. 68, p. 11-33, jan./mar. 2017.

PAIVA, Flavio. Saciologia Brasileira. In: SOARES, Cristina; SIEBRA, L. M. Gonçalves;

ALMEIDA, M. T. Pinheiro; BATISTA, V. Louise (Orgs.). Escola: lugar de brincadeira, cultura e diversidade. Fortaleza: Editora Imprece, 2018. p. 197-204.

PEREIRA, Ondina. No horizonte do outro. Editora Universa-UCB: Brasília, 2004.

SANTOS, Vivian M. dos. Notas desobedientes: decolonialidade e a contribuição para a crítica feminista à ciência. Psicologia & Sociedade-UNOESC, Belo Horizonte, v. 30, p. 2-11, 2018.

SCHILLER, Friedrich. A Educação estética do homem. São Paulo: Iluminuras, 2011.

SILVA, Tomaz T. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis-RJ: Vozes, 2008.

SILVA, Tomaz T. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: autêntica Editora, 2010.

SILVA, João P. Estágio supervisionado na formação inicial de docentes: reflexões sobre a inserção de alunos estrangeiros no curso de letras da UNILAB. 2021. 160 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Educação e Ensino) – Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, Universidade Estadual do Ceará. 2021. 160 f. Disponível em: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=101353. Acesso em: 15 de setembro de 2021.

Downloads

Publicado

11-02-2022

Como Citar

ODININO, Juliane; SEVERO, Takashi. “Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante”: memórias de uma pedagogia macunaímica. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 165–183, 2022. DOI: 10.12957/riae.2022.65322. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/65322. Acesso em: 11 dez. 2024.