PANDEMIA, CRISE DE CUIDADOS E DEMOCRACIA: O QUE APRENDER COM QUEM CUIDA DA VIDA?
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2020.52376Keywords:
pandemia, cuidado, ecofeminismo, educação ambiental.Abstract
Este texto tem como objetivo trazer reflexões sobre o universo dos cuidados na atual crise socioambiental, como forma de pensar pedagogias ambientais alternativas e emancipatórias. Partimos de um olhar voltado às mulheres das classes populares, cujas precárias condições de vida as expõem, mais intensamente, aos efeitos do COVID-19. Assim, apresentamos o cuidado como questão de gênero, no contexto do capitalismo, das relações patriarcais e da reprodução da vida. Discutimos também o rompimento das redes ambientais de cuidados, assim como as resistências socioambientais dos grupos que as mantém. Trazemos a perspectiva ecofeminista em diálogo com tais movimentos, como propulsores de racionalidades outras, que inspirem pedagogias alternativas e contra- hegemônicas.References
CARDOSO, B. Ficar em casa é questão de saúde. In: ANA-GT Mulheres; ASA; ABA; CONTAG. Dividir tarefas e viver sem violência também. Live. Campanha- pela divisão justa do trabalho doméstico. 04/06/2020.
CARNEIRO. S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
CORRAL, T.; OLIVEIRA. R.D. (org.). Terra Femina. Rio de Janeiro, Idac/Redeh, 1992.
CUNHA, T.; VALLE, L. P. O respeito à economia da vida e as pedagogias ecofeministas. Reflexões sobre a prática da agroecologia e do hamutuk. Otra Economía, v. 12, n. 22, p. 238-252, 2019.
DAVIS, A. Feminicídio, genocídio e pandemia. Live: Conversas Impertinentes. Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e TV Lepete, 04/06/2020. Disponível em: www.youtube.com/tvlepete. Acesso em 04/06/2020.
DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: HUCITEC, 2001.
FEDERITI, S. Mulheres e caça às bruxas: da idade Média aos dias atuais. São Paulo: Boitempo, 2019.
FOLADORE, G. Avanços e limites da Sustentabilidade Social. Revista paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n. 102, p. 103-113, 2002.
GONZALES, L. Mulher negra. In. Nascimento, E. L. (org.) Guerreiras da Natureza. Mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008.
HILL COLLINS, P. Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo, 2019.
HOMAND, J. Berta Cáceres y el mortal costo de defender la tierra y la vida. 2016. Disponível em: https://www.ecologiapolitica.info/?p=6085. Acesso: 13/05/2020.
KERGOAT, D. Divisão Sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, Helena et. al. (Org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: UNESP, 2009, p. 67-75.
LAYRARGUES, P. P., LIMA, G. F. C. As macrotendências político-pedagógicas da educação ambiental brasileira. Ambiente & Sociedade. São Paulo v.17, n.1, p. 23-40, 2014.
LERNER, G. La creación del patriarcado. Crítica: Barcelona, 1990.
LOPES, N. Bantos, índios, ancestralidade e meio ambiente. In. Nascimento, E. L. (org.) Guerreiras da Natureza. Mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008.
LUGONES, M. Colonialidad y gênero. Tabula Rasa. Bogotá. n. 9, p.73-101, 2008.
MERCHANT, C. Radical Ecology: The Search for a Livable World. New York: Routledge, 1992.
MERCHANT, C. “Ecofeminismo”. In: CORRAL, T.; OLIVEIRA, R. D. (orgs.).Terra Femina. RJ, Idac/Redeh, 1992 b.
MERLINSK, G. Los movimientos de justiça ambiental y la defesa de ló común em América Latina. Cinco tesis em elaboración. In: ALIMONDA, H.; PÉREZ, C. T.; MARTÍN, F.(Coord.). Ecología Política Latino Americana. Pensamiento crítico, diferencia latinoamericana y rearticulación epistêmica. Ciudad Autónoma de Buenos Aires : CLACSO. 2017.
MIES, M. O dilema do homem branco: a procura do que deve ser destruido. In: MIES, M.; SHIVA, V. Ecofeminismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.
MIES, M.; SHIVA, V. Ecofeminismo: teoria, crítica y perspectivas. Barcelona, Icaria editorial, 1997.
_____. La praxis del ecofeminismo. Biotecnologia, consumo y reproducción. Barcelona, Icaria Editorial, 1998.
NASCIMENTO, G. M. Grandes mães, reais senhoras. In. Nascimento, E. L. (org.) Guerreiras da Natureza. Mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008.
OLIVEIRA, C. A. G.; ROJAS, L. A. P.; PRADA, K. A. F.; SALGADO, S. D. C. O que os Movimentos de Mulheres e os Ecofeminismos do Sul nos ensinam? Apontamentos para a Educação Ambiental de Base Comunitária. In: ACCIOLY, I. ; PELACANI, B.; SÁNCHEZ, C. (Org.) Dossiê: Educação Ambiental: Insurgências, Re- existências e esperanças. Ensino, saúde e ambiente. Número Especial, p.180-204, 2020.
ONU - Vozes das mulheres nas linhas de frente da Covid-19, 17/04/2020. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/noticias/vozes-das-mulheres-na-linhas-de-frente-da-covid-19/. Acesso: 11/06/2020.
PAREDES, J. C.; GUZMÁN, A. A. El tecido de la rebeldia. ¿Que ES el Feminismo Comunitário? Bases para la despatriarcalización. Moreno Artes Gráficas: Bolívia, 2014.
SAMPAIO, C. Em silêncio e segurando cruzes, enfermeiros protestam na porta do Planalto. Brasil de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/05/01/em-silencio-e-segurando-cruzes-enfermeiros-protestam-na-porta-do-planalto
SHIVA, V. Sobre el Coronavirus: de los bosques a nuestras granjas, a nuestro microbioma intestinal, 2020. Disponível em: https://navdanyainternational.org/es/vandana-shiva-sobre-el-coronavirus/. Acesso: 30/04/2020.
______A monocultura da mente. Perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003.
______Abrazar la vida. Mujer, ecologia e supervivência. Madri: Horas y Horas. 1995.
SILIPRANDI, E. Mulheres agricultoras no Brasil: sujeitos na luta por soberania e segurança alimentar. Pensamento iberoamericano. p. 169-183, 2012.
SANTOS B. S. A cruel padagogia do vírus. Almedina: Coimbra, 2020.
______Os processos de globalização. In: SANTOS, Boaventura de Souza (Org.). Globalização: fatalidade ou utopia? Porto: Afrontamento, 2002.
STORTTI, M.; MENEZES, A. K.; SANCHÉZ, C. In: PUNGGIAN,Cleonice; BOUHID, Roseantony; FONTOURA,Helena A. (org.) Anais Seminário de Justiça Ambiental, Igualdade Racial e Educação n.5, p. 17-31, 2016.
SVAMPA, M. Feminismos del Sur y ecofeminismos; Fundación Foro Nueva Sociedad; Nueva Sociedad. v. 256, n.4, p.127-131, 2015.
TOLEDO, E. O aumento da violência contra a mulher na pandemia de Covid-19: um problema histórico. Disponível em: http://coc.fiocruz.br/index.php/pt/todas-as-noticias/1781-o-aumento-da-violencia-contra-a-mulher-na-pandemia-de-covid-19-um-problema-historico.html#.XsPUI2hKjIU
VOGEL, L. Domestic labor revisited. Science & Society. v. 64, n. 2, p. 151-170, 2000.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors retain copyright to their work, are permitted to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this may generate productive changes, as well as increasing the impact and citation of published work.
The acceptance of the text implies the authorization and exclusivity of the Revista Interinstitucional Artes de Educar regarding the right of first publication, the published works are simultaneously licensed with a Creative Commons Attribution-Non Commercial 4.0 International License