A ELABORAÇÃO CONCEITUAL EM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: APONTAMENTOS A PARTIR DAS PROVAS DE LURIA
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2018.32076Palabras clave:
Formação de conceitos, deficiência intelectual, processos de ensino e aprendizagem,Resumen
O presente artigo tem como objetivo apresentar reflexões sobre a elaboração de conceitos em alunos com deficiência intelectual a partir das indicações do método de investigação de conceitos de Luria. A investigação é um recorte da dissertação de mestrado concluída, vinculada ao “Observatório de Educação Especial e inclusão escolar: práticas curriculares e processos de ensino e aprendizagem”– (OBEDUC/CAPES) fundamentada na perspectiva histórico-cultural. Adotamos a pesquisa de campo de cunho qualitativo, optamos por utilizar o estudo de caso, realizado na Baixada Fluminense, em Belford Roxo, município do Rio de Janeiro, pela possibilidade de descrever e interpretar os dados de maneira reflexiva. Como instrumentos de coleta de dados utilizamos as indicações do método de investigação de conceitos de Luria. Evidenciamos que a relação de ensino e aprendizagem deste alunado, que foge do modelo de “aluno ideal”, está calcada em práticas pedagógicas a eles dirigidas, que, muitas vezes, são esvaziadas de sentidos, oportunizando menos experiências de aprendizagem e ofertando menos possibilidades de desenvolvimento. O envolvimento escasso com as atividades demostra que as funções psicológicas superiores não estão sendo desenvolvidas de maneira satisfatória para que haja apropriação dos conceitos científicos. Todavia, os dados também revelam as possibilidades e os caminhos a serem seguidos para que estes alunos tenham acesso aos conhecimentos historicamente construídos.
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