CRIANÇAS BICHAS DEMASIADAMENTE FABULOSAS
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2017.29521Keywords:
Bicha, Fábula, Criança, SegurançaAbstract
Trabalhando a vida bicha enquanto fábula, esse texto não apresenta objetivos bem definidos ou mesmo regras de leitura, mas, antes, apenas nuances de corpos e possibilidades de existência. Aqui é possível ler começando pelo meio ou por uma das extremidades, nada disso importa. Há três fábulas e um aviso por um leitor desavisado, e, em todas as partes, encontram-se bichas, corpos demoníacos, reinos fugidios e vidas comunitárias. Em uma das fábulas, é possível que o corpo seja arremetido a processos de vida poligâmicos e de políticas de amizade impensáveis no contexto da sociedade consumista-familiar; noutra, é a arte peralta endemoniada que importa como ponto de afeto; há, ainda, o convite à própria fabulação praticável com os corpos-criança que escapam de escafandros por desbotarem. Assim, portanto, a história não começa, mas é anunciada: algo se passa aqui e de nada importa. Serve apenas de convite à vida bicha demasiadamente fabulada.
References
ARIÈS, P. A criança e a vida familiar no Antigo Regime. Lisboa: Relógio D’Água, 1988.
BAPTISTA, L. A. S. A fábula do garoto que quanto mais falava sumia sem deixar vestígios: cidade, cotidiano e poder. In: MACIEL, I. M. (Org.). Psicologia e Educação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001. p. 195-209.
BAPTISTA, L. A. S. Incêndios da infância: atrevimento de uma arte cruel. Childhood & Philosophy, Rio de Janeiro, v. 12, n. 23, p. 27-45, 2016.
BENJAMIN, W. O narrador: considerações sobre a obra de Nicolai Leskov. In: BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 197-221.
DELEUZE, G.. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 2007.
DELEUZE, G. O que as crianças dizem. In: DELEUZE, G. Crítica e clínica. São Paulo: Ed. 34, 1997. p. 73-79.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 2. São Paulo: Ed. 34, 1995.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O anti-édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. São Paulo: Ed. 34, 2010.
KATZ, C. S. Crianceria: o que é a criança. Cadernos de Subjetividade, São Paulo, n. esp., p. 90-96, 1996.
LAPASSADE, G.; SCHÉRER, R. O corpo interdito. Lisboa: LTC, 1982.
LOVECRAFT, H. P. O horror sobrenatural na literatura. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
NIETZSCHE, F. Verdade e mentira no sentido extramoral. Comum, Rio de Janeiro, v. 6, n. 17, p. 5-23, 2001.
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
PRECIADO, B. Manifesto contrassexual. São Paulo: n-1, 2014.
SCHÉRER, R. La pedagogía pervertida. Barcelona: Laertes, 1983.
SCHÉRER, R.; HOCQUENGHEM, G. Coir: álbum sistemático da infância. Trad. Eder Amaral. Rio de Janeiro: UERJ, 2016.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
ZAMBONI, J. Educação bicha: uma a(na[l])rqueologia da diversidade sexual. 2016. 115 f. Tese (Doutorado em Educação) — Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2016.
Downloads
How to Cite
Issue
Section
License
Authors retain copyright to their work, are permitted to publish and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this may generate productive changes, as well as increasing the impact and citation of published work.
The acceptance of the text implies the authorization and exclusivity of the Revista Interinstitucional Artes de Educar regarding the right of first publication, the published works are simultaneously licensed with a Creative Commons Attribution-Non Commercial 4.0 International License