Vitimização de mulheres presas em Porto Alegre

Autores

Palavras-chave:

Pesquisa de vitimização, mulheres presas, violência institucional, Direitos Humanos

Resumo

https://doi.org/10.1590/2179-8966/2025/81057

Este artigo discute os resultados de pioneira Pesquisa de Vitimização realizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em novembro de 2022, com uma amostra aleatória representativa das mulheres presas no Presídio Estadual Madre Pelletier.  O processo de vitimização de pessoas detidas no Brasil segue sendo, em grande parte, invisível para o público e mesmo para os gestores e ainda são raros, no Brasil e na América Latina, os estudos de vitimização com populações encarceradas. Estudos regulares de vitimização das pessoas presas são, não obstante, instrumentos essenciais de monitoramento e avaliação da qualidade do tratamento penal. Para a coleta dos dados, aplicamos um questionário com 100 perguntas a um grupo de 41 presas e formamos dois grupos focais com seis presas cada, que não haviam integrado o grupo das respondentes ao questionário, para ouvi-las a respeito de sua experiência de privação de liberdade. Os resultados encontrados revelaram um processo sistemático de violações relatadas pelas internas, expostas à hostilidade de presas e de servidores públicos e submetidas a um tipo de tratamento penal incapaz de lhes assegurar a dignidade. As evidências colhidas sugerem que o sentimento de abandono conforma a experiência da prisão das mulheres de maneira marcante, sendo suas queixas mais sentidas relacionadas à saudade de familiares, notadamente, no caso daquelas que são mães, dos seus filhos.

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Biografia do Autor

Marcos Flávio Rolim, Centro Universitário Ritter dos Reis - UniRitter

Doutor e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em Segurança Pública pela Universidade de Oxford (UK), com graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

É professor do mestrado em Direitos Humanos do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), em Porto Alegre, RS.

Integra o Conselho Administrativo do Centro Internacional de Promoção dos Direitos Humanos (CIPDH), órgão vinculado à UNESCO, sediado em Buenos Aires (AR); é membro fundador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), membro da assembleia nacional da Anistia Internacional e do conselho da ONG Artigo 19.

É autor, entre outros trabalhos, de “A Síndrome da Rainha Vermelha, policiamento e segurança pública no século XXI” (Zahar), “Desarmamento, evidências científicas (DaCasa / Palmarinca);  “Bullying, o pesadelo da escola (Dom Quixote) e “A Formação de Jovens Violentos, estudo sobre a etiologia da violência extrema” (Appris).

 

Daiana Hermann, Ânima Educação

Possui doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, tendo realizado Doutorado Sanduíche na Université Paris Nanterre por um período de 12 meses através de bolsa no Programa PDSE - Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior da CAPES. É mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Possui bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Tem interesse nas temáticas de encarceramento feminino, teoria dos laços sociais, gênero e violência.

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Publicado

2025-04-18

Como Citar

Rolim, M. F., & Hermann, D. (2025). Vitimização de mulheres presas em Porto Alegre. Revista Direito E Práxis, 16(3), 1–26. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/81057

Edição

Seção

Artigos inéditos