Em que se pode reconhecer a alteridade? Política, virada narrativa e usos pragmáticos / How do we recognize otherness? Politics, narrative turn and pragmatic uses

Autores

Palavras-chave:

Alteridade, Política, Pragmatismo, Pós-estruturalismo, Virada Narrativa / Linguistic Turn, Otherness, Politics, Post-structuralism, Pragmatism.

Resumo

DOI: 10.1590/2179-8966/2021/55151

 

Resumo

Este artigo questiona a redução da ação política à sua dimensão narrativa, e a da alteridade a uma identidade binária, fixa e projetiva. Para tanto, mobiliza dois planos analíticos que progressivamente se interceptam: o primeiro apreende criticamente as relações entre direito e literatura, que submetem a realidade a um regime narrativo; o segundo revisa alguns pontos da fortuna crítica dos gender, postcolonial e subaltern studies, que arriscam perder sua eficácia política em função de sua captura por narrativas dependentes de autenticações identitárias. Os planos se interceptam na problematização constante da alteridade reduzida a um ideal moral e ao propor uma análise a partir de uma pragmática de inspiração pós-estrutural e pós-identitária, capaz de enriquecer problematicamente as abordagens mais estruturais. Como resultados, define-se um corpus de questões transversais para uma agenda de pesquisa em movimentos sociais identitários que se beneficie da interação criativa entre essas matrizes teóricas.

Palavras-chave: Alteridade; Política; Pragmatismo; Pós-estruturalismo; Virada Narrativa.

 

Abstract

This essay inquires the reduction of political agency to its narrative dimension, and also the reduction of otherness to a binary, fixed and projective identity. Therefore, the essay draws two analytical plans which progressively intercept each other: the first one, critically apprehends the relationship between law and literature, since it subsumes reality to a narrative regime; the second one, reviews some topics on the critic collection of gender, postcolonial and subaltern studies, that risk to lose their political efficacy due to its capture by identitarian narratives. Those two analytical planes intercept each other through the constant problematization of the reductionist conceptions of otherness, such as ideal and moral principles. They also converge in the proposal of a pragmatic enlivened by post-structuralist and post-identity trends, aiming to problematically enrich the more structural approaches. As results, the essay defines a corpus of transversal problems composing a research agenda on identitarian social movements which could benefit from the creative interaction between all those theoretical matrices.

Keywords: Linguistic Turn; Otherness; Politics; Post-structuralism; Pragmatism.

 

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Biografia do Autor

Murilo Duarte Costa Corrêa, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professor Adjunto de Teoria Política da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG, instituição em que coordena o LABTESP – Laboratório de Pesquisa Interdisciplinar em Teoria Social/Teoria Política e Pós-Estruturalismo. Affiliated researcher da Faculty of Law and Criminology da Vrije Universiteit Brussel, onde realizou estágio de pós-doutorado. Doutor (USP) e Mestre (UFSC) em Filosofia e Teoria Geral do Direito.  Co-organizou O estado de exceção e as formas jurídicas (UEPG, 2017) e Pensar a Netflix (D’Plácido, 2018). Escreveu, entre outros livros, Direito e Ruptura: ensaios para uma filosofia do direito na imanência (Juruá, 2013) e Filosofia Black Bloc (Circuito/Hedra, 2020).

Alexandre Fabiano Mendes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor Adjunto da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Pós-Doutor em Filosofia pela Université Paris-Ouest Nanterre la Défense (2018). Doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2012). Foi Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro entre 2006 e 2011. Linhas de pesquisa: Direito e Filosofia Política; Direito e Literatura, Pragmatismos, Comum e Direito à Cidade. Publicou o livro Vertigens de Junho: os levantes de 2013 e a insistência de uma nova percepção (Revan, 2018). Publicou, com Bruno Cava, os seguintes livros: A vida dos direitos. Violência e Modernidade em Foucault e Agamben (Agon, 2008) e A constituição do comum: antagonismo, produção de subjetividade e crise no capitalismo (Revan, 2016).

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Publicado

2022-03-09

Como Citar

Corrêa, M. D. C., & Mendes, A. F. (2022). Em que se pode reconhecer a alteridade? Política, virada narrativa e usos pragmáticos / How do we recognize otherness? Politics, narrative turn and pragmatic uses. Revista Direito E Práxis, 13(1), 251–278. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/55151

Edição

Seção

Artigos inéditos