Entre Joanas e Medeias: Para Desatar os Nós entre Gênero e Psicopatologia
DOI:
https://doi.org/10.12957/epp.2025.83250Palavras-chave:
prática clínica, teoria dos discursos, psicopatologia, estudos de gênero, psicologia analíticaResumo
Este estudo sobre representações culturais do mito de Medeia explora a persistente ligação entre a categoria de gênero mulher e a psicopatologia. A partir de uma perspectiva crítica feminista examina-se uma deturpação entre natureza feminina e construção social, ao longo de momentos históricos nos quais as ditas características estiveram ligadas. O objetivo é ressaltar essa associação enraizada no discurso oficial, que gera discriminação nos cuidados de saúde mental e nas representações de si do gênero feminino. Em uma leitura junguiana, utilizando a análise de discurso situado como método, investiga-se duas obras: a clássica Medeia de Eurípides de 431 a.C. (2013); e Gota d'água (1975/2019) de Chico Buarque e Paulo Pontes, contextualizada no Brasil sob regime militar. Nas obras analisadas, as principais descobertas apontam para a emoção intensa e vulnerabilidade como atributos centrais de Medeia e Joana. Sugerem ainda a presença da diferença autoral, encontrada na ótica descolonial da obra brasileira. Na conclusão, a amplificação simbólica junguiana das representações culturais do feminino mostra-se um recurso interessante para desestabilizar os discursos institucionalizados da clínica, que encobrem sofrimentos psicológicos originados por questões de gênero. Aponta-se assim a necessidade de revisão de conceitos para promover abordagens psicoterápicas mais atualizadas nos campos ético e político.
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