Em Carne Viva: O Trabalho de Pessoas Haitianas nos Frigoríficos Brasileiros e o Capitalismo Pandêmico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2025.76638

Palavras-chave:

imigração, pandemia, divisão do trabalho, marcadores sociais da diferença, ecologia

Resumo

Este trabalho tem como objetivo traçar o panorama do aumento do fluxo da imigração haitiana no Brasil ao longo da década 2010-2020 e do seu perfil de inserção laboral na indústria de frigorificação, refletindo sobre ascondições da divisão de origem, racial e sexual do trabalho do setor no contexto geopolítico brasileiro e da pandemia da covid-19. Para tal, foi realizado estudo teórico com base metodológica na Teoria Ator-Rede. Constatou-se que as mulheres haitianas encontram menos chance de mobilidade social em relação à sua posição na sociedade de origem (comparando-se às possibilidades dos homens) e ocupam funções predominantemente subalternas e de menor remuneração, sem acesso a condições propícias de conciliação da maternagem e do trabalho. Da mesma forma, no início da pandemia da covid-19, em 2020, verificou-se que o setor frigorífico foi pressionado a não parar, mesmo com os riscos envolvidos para seus trabalhadores. Concluiu-se que a indústria da carne usurpa direitos e engendra a matança sistemática de animais, pessoas e meio ambiente como evento multiespécie, fruto da degradação sistêmica gerada pela concentração do capital, que dá ensejo a migrações forçadas e ao suprimento da cadeia global dos postos de trabalho precarizados.

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Publicado

08-05-2025

Como Citar

Hallack, F. S., Miranda, D., Trebisacce, D. C. R., & Tsallis, A. C. (2025). Em Carne Viva: O Trabalho de Pessoas Haitianas nos Frigoríficos Brasileiros e o Capitalismo Pandêmico. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 25. https://doi.org/10.12957/epp.2025.76638

Edição

Seção

Psicologia Social