MEMETIZANDO A CIÊNCIA: #FRIDACONSELHEIRA COMO POSSIBILIDADE DE RESISTÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2024.74571Palavras-chave:
Memes. Redes sociais. Cibercultura. Gênero. EducaçãoResumo
Este texto aborda a criação e divulgação de memes como problematização e resistência criativa às normas estruturais socialmente preestabelecidas em relação a questões que articulam gênero, infâncias, docência e educação. Inferimos que as redes sociais digitais impulsionam a circulação desses conteúdos, com a possibilidade de coautoria, em que praticantes da cibercultura, curtem, salvam, compartilham, editam, baixam e comentam as postagens. Para entender como ocorre essa dinâmica, analisamos alguns memes do quadro #fridaconselheira da página do Instagram @fridavaiaescola. Consideramos que os memes, como textos que operam pretextos para falar do vivido com ironia e inventividade são como outras formas de narrativas, escritas (verbais, imagéticas e/ou audiovisuais) do cotidiano e dão forma à matéria do vivido. Sugerimos que os memes que problematizam as opressões e discriminações praticados nos múltiplos espaços-tempos em que aprendemos, ensinamos e vivemos podem abrir espaços para outros modos de perceber e se relacionar no/com o mundo e para o engendramento de processos de subjetivação e modos de existência mais comprometidos com a justiça social. Defendemos, portanto, que essa forma de narrar a vida, memetizando a ciência, pode se constituir em uma forma de salvar a nossa própria pele.
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