MEMETIZANDO A CIÊNCIA: #FRIDACONSELHEIRA COMO POSSIBILIDADE DE RESISTÊNCIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/redoc.2024.74571

Palavras-chave:

Memes. Redes sociais. Cibercultura. Gênero. Educação

Resumo

Este texto aborda a criação e divulgação de memes como problematização e resistência criativa às normas estruturais socialmente preestabelecidas em relação a questões que articulam gênero, infâncias, docência e educação. Inferimos que as redes sociais digitais impulsionam a circulação desses conteúdos, com a possibilidade de coautoria, em que praticantes da cibercultura, curtem, salvam, compartilham, editam, baixam e comentam as postagens. Para entender como ocorre essa dinâmica, analisamos alguns memes do quadro #fridaconselheira da página do Instagram @fridavaiaescola. Consideramos que os memes, como textos que operam pretextos para falar do vivido com ironia e inventividade são como outras formas de narrativas, escritas (verbais, imagéticas e/ou audiovisuais) do cotidiano e dão forma à matéria do vivido. Sugerimos que os memes que problematizam as opressões e discriminações praticados nos múltiplos espaços-tempos em que aprendemos, ensinamos e vivemos podem abrir espaços para outros modos de perceber e se relacionar no/com o mundo e para o engendramento de processos de subjetivação e modos de existência mais comprometidos com a justiça social. Defendemos, portanto, que essa forma de narrar a vida, memetizando a ciência, pode se constituir em uma forma de salvar a nossa própria pele.

Biografia do Autor

Isabela Pereira Vique, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PROPED/UERJ) /SME-RJ

Professora de Educação Infantil da Rede Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. Graduação em Pedagogia UERJ- Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Possui Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação - Proped/ UERJ.Doutoranda em Educação pelo PROPED/UERJ. Integrante do Grupo de Pesquisa Currículos, Narrativas Audiovisuais e Diferença. Criadora de conteúdo da página do instagram @fridavaiaescola.

Maria da Conceição Silva Soares, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Proped/UERJ

Maria da Conceição Silva Soares – Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), atuando na Faculdade de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PROPED). Possui graduação em Jornalismo, (PUC-Rio), licenciatura em Ciências Sociais (UFRJ), mestrado e doutorado em Educação (PPGE-UFES) e pós-doutorado em Educação (UERJ). Coordenadora do Grupo de Pesquisa/CNPQ Currículos, Narrativas Audiovisuais e Diferença.

Maíra Mello Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. (Proped/UERJ)

Doutoranda e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Proped/Uerj), 2020; bacharel em Comunicação Social/Jornalismo pela Faesa/ES, 2006. Foi repórter do jornal impresso O Fluminense, em Niterói/RJ, e assessora de comunicação em agências de comunicação em Vitória/ES, além de fotógrafa em instituições de ensino também de Vitória/ES. Atualmente, é Analista de Mídias Sociais e integrante do grupo de pesquisa Currículos, Narrativas Audiovisuais e Diferença - CUNADI/UERJ. Tem interesse em pesquisas sobre corpos dissidentes e imagem, na interseccionalidade entre gênero, raça e sexualidade.

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Publicado

2024-04-19

Como Citar

PEREIRA VIQUE, Isabela; SILVA SOARES, Maria da Conceição; MELLO SILVA, Maíra. MEMETIZANDO A CIÊNCIA: #FRIDACONSELHEIRA COMO POSSIBILIDADE DE RESISTÊNCIA. Revista Docência e Cibercultura, [S. l.], v. 8, n. 3, p. 01–19, 2024. DOI: 10.12957/redoc.2024.74571. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/re-doc/article/view/74571. Acesso em: 6 maio. 2024.