PROCESSOS FORMATIVOS DE UMA PESQUISADORA NEGRA NO CAMPO DA CIBERCULTURA E EDUCAÇÃO: IMPLICAÇÕES E TRAJETÓRIAS
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2019.47246Palavras-chave:
Cibercultura, educação, relações étnico-raciais, mulheres negrasResumo
Esse texto pretende analisar a minha experiência formativa como uma pesquisadora negra que busca relacionar o campo da cibercultura e educação com as discussões sobre as relações étnico-raciais. Como relato de experiência, o escrito se situa na compreensão da biografização enquanto instrumento de (auto)formação, de pesquisa e de intervenção (SOUZA, 2008). O texto apresenta como o racismo estrutural, ao criar representações subalternizadas do que é ser negro, forja nas pessoas com essa identificação racial uma percepção negativa de si que tem sido reconstruída pelas mulheres negras por meio da apropriação de artefatos digitais no cenário contemporâneo. A narrativa revela como esses processos de ressignificação atravessaram minha história de vida e constituíram uma experiência formativa como pesquisadora negra no campo da cibercultura e educação.
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