TRANSGÊNEROS: AINDA INCOMPREENDIDOS?

Autores

  • Erika Barbosa de Araújo Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Glaucia Lima de Magalhães Theophilo Universidade Estácio de Sá

DOI:

https://doi.org/10.12957/redoc.2019.39490

Palavras-chave:

Transgênero. Escala de atitudes likert. Graduandos de psicologia.

Resumo

Este artigo retrata uma pesquisa sobre transgeneridade e sua compreensão. A expressão transgênero reporta-se num termo que acolhe a união política entre os indivíduos com distinções de gênero incompatíveis às condutas sociais caracteristicamente relacionadas a homens e mulheres “comuns” e que, como efeito disto, padecem de intolerância. No Brasil, práticas de intervenção têm levantado diversos questionamentos psicológicos, legais e sociais. No meio desta discussão, encontram-se os profissionais de psicologia que, como pertencentes a área de saúde, devem estar preparados para dar suporte a esta parcela da população que, na maioria das vezes, está envolvida em sofrimento psíquico. Assim, buscou-se investigar a forma como futuros psicólogos percebem o fenômeno da transgeneridade, já que esta percepção pode influenciar suas práticas. A hipótese levantada foi de que as atitudes de graduandos de psicologia face à identidade transgênero são baseadas na incompreensão do fenômeno. O objeto de estudo foi ancorado no constructo de atitude da psicologia social. Os sujeitos foram 100 graduandos em psicologia do 1º ao 10º período da Universidade Estácio de Sá (campus Nova Iguaçu/RJ). Utilizamo-nos de um questionário com escala likert de 5 pontos, para conhecer o grau de concordância quanto às questões e produzir descrições quantitativas. Em seguida, a análise dos resultados apoiou-se no o ranking médio (RM) de anuência dos itens dentro de cada categoria de atitudes relacionando-se ao modelo ecológico do desenvolvimento humano. O ranking médio total do questionário foi de 3,97, o que demonstra uma aceitação da transgeneridade.

Biografia do Autor

Erika Barbosa de Araújo, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Psicóloga,

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),

Pós Graduanda em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Universidade Estácio de Sá (UNESA),

Colaboradora no Conselho Regional de Psicologia (CRP/RJ) - Subsede Baixada Fluminense,

Titular nos Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher e da Saúde,

Membro no Grupo de Estudos e Ação Racial (GESTAR).

Glaucia Lima de Magalhães Theophilo, Universidade Estácio de Sá

Psicóloga

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Publicado

2019-06-02

Como Citar

DE ARAÚJO, Erika Barbosa; THEOPHILO, Glaucia Lima de Magalhães. TRANSGÊNEROS: AINDA INCOMPREENDIDOS?. Revista Docência e Cibercultura, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 73–101, 2019. DOI: 10.12957/redoc.2019.39490. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/re-doc/article/view/39490. Acesso em: 4 dez. 2024.