POR UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA:
o brincar como direito humano
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2024.80346Palavras-chave:
Brincar, Direitos humanos, Fenomenologia, Necessidades Educativas Especiais, EducaçãoResumo
A discussão sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais tem ganhado destaque no campo da Educação e dos direitos humanos nos últimos anos. Um dos grandes desafios dessa área diz respeito à garantia de direitos frente às políticas públicas já estabelecidas e, infelizmente, violadas. A temática “brincar como direito humano”, nesse tempo vivido, tem rompido o espaço da educação infantil, particularmente o espaço escolar, adentrado espaços não escolares, como os espaços hospitalares. A pensar, o que é e como é ser criança e o adolescente em situação de vulnerabilidade (doenças, guerras, situações de extrema pobreza) a partir da retificação da Declaração de Salamanca de 2005, é de certa forma, apresentar, em parte, o cenário mundial, visto que enquanto sociedade temos vivenciado cenários políticos devastadores, guerras civis, guerra do tráfico de drogas e que deixam para trás uma vida construída. Recomeçar a partir do que não se tem! Re-começar, nesse caso, do que é velado como direito. Assumindo a perspectiva teórico-metodológica indicada por Merleau-Ponty (1999) e Freire (2004, 2005) investiremos numa perspectiva que toma como referência a compreensão e a elucidação dos fenômenos em suas várias manifestações numa visão existencialista de homem no mundo, contribuindo para a reflexão e o questionamento crítico acerca de uma educação libertadora a pensar o brincar como direito humano para quem? Nesse sentido, o direito ao brincar clama pela vida!
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