Matemática das Encruzilhadas
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.72712Keywords:
Decolonialidade, Diáspora Africana, Formação de Professores, Educação Matemática.Abstract
Este artigo apresenta um recorte de uma dissertação de mestrado, que teve como objetivo discutir atravessamentos coloniais na formação de professores dos anos iniciais e, então, investigar a produção de saberes de professoras e professores em uma dinâmica decolonial, orientada por um mito iorubá. Fundamentando nosso olhar sobre a formação de professores que ensinam matemática a partir de referenciais decoloniais e afro-diaspóricos, propomos uma Matemática das Encruzilhadas: por um lado, problematizando relações coloniais ainda presentes em nossas práticas; por outro, reconhecendo a matemática como potência, habitando uma encruzilhada que a reivindica como produção de saberes que se realiza no encontro de caminhos, como possibilidades de reinvenção de seres. A produção de dados empíricos foi realizada por meio de uma roda de conversa com professoras que ensinam matemática em uma escola pública no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, referenciada em um mito iorubá que provocava atravessamentos com a matemática e suas práticas docentes. Assim, em um primeiro momento, atuamos no tensionamento de relações coloniais na formação de professores de séries iniciais. Na sequência, a partir de um giro epistêmico, tomamos referências afro-diaspóricas como possibilidade de insurgência em atividades formativas com professores, a partir da mitologia iorubá. A categoria Ancestralidade x Modernidade surgiu a partir da insurgência aos apagamentos de saberes afro-diaspóricos desdobrando-se em reflexões teóricas sobre coletividade docente.
References
GIRALDO, Victor. Formação de professores de matemática: para uma abordagem problematizada. Ciência & Cultura, São Paulo, v.70, 37-42. Jan-Mar/2018. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252018000100012.
LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. set/2005.
MACHADO, Adilbênia Freire. Ancestralidade e encantamento como inspirações formativas: filosofia africana e práxis de libertação. Revista Páginas de Filosofia, v.6, n.2, p.51-64, jul/dez. 2014.
MALDONADO-TORRES, N. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (coords.) El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores/Instituto Pensar, p. 127-167, 2007.
MATOS, Diego. Experiências com matemática(s) na escola e na formação inicial de professores: desvelando tensões em relações de colonialidade. Tese (Doutorado em Ensino e História da Matemática e da Física), Universidade Federal do Rio de Janeiro. Abr/2019.
MATOS, Diego; Giraldo, Victor; QUINTANEIRO, Wellerson. Formação de Professores de Matemática: uma encruzilhada atravessada pela gramática do samba. REVISTA INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (RIPEM), v. 11, p. 193-218, 2021.
NOGUERA, Renato; DUARTE, Valter; RIBEIRO, Marcelo dos Santos. Afroperspectividade no ensino de filosofia: possibilidades da Lei 10.639/03 diante do desinteresse e do racismo epistêmico. O que nos faz pensar, [S.l.], v. 28, n. 45, p. 434-451, dec. 2019. ISSN 0104-6675. Disponível em: <http://oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/index.php/oqnfp/article/view/693>.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. 3ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Revista Novos Rumos. Ano 17. N°37. p. 4-28. 2002
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, p. 93-126.2007.
RUFINO, Luiz. Exu e a Pedagogia das Encruzilhadas. 231 f. Tese (Doutorado em Educação) UERJ- Faculdade de Educação. Rio de Janeiro, Jun/2017
RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Revista Periferia, v.10, n.1, p.71 - 88, jan/jun 2018. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/view/31504
RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas Exu como Educação. Revista Exitus, v. 9, p. 262-289, Out/2019. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-94602019000400262&lng=pt&nrm=iso
SIMAS, Luiz Antonio, RUFINO, Luiz. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro, Brasil: Mórula. 2018
TARDIF, Maurice. Saberes docentes & Formação profissional. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
WALSH, Catherine. Interculturalidad, plurinacionalidad y decolonialidad: las insurgencias político-epistémicas de refundar el Estado. Tabula Rasa. n. 9, p. 131-152, Jun/2008 Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/tara/n9/n9a09.pdf
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a. Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of the work with acknowledgment of the authorship of the work and initial publication in this journal.
b. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).