ESCRITAS DE VIVÊNCIAS NA PÓS-PANDEMIA: UMA EXPERIÊNCIA COM O GÊNERO AUTOBIOGRAFIA

WRITING ABOUT EXPERIENCES IN THE WAKE OF THE PANDEMIC: AN EXPERIENCE IN PUBLIC EDUCATION

Resumo

Este artigo apresenta os fundamentos, procedimentos e resultados de um estudo que combinou pesquisa bibliográfica e pesquisa-ação, no qual se investigaram teorias sobre a escrita confessional, ou escrita de si, para elaborar os fundamentos metodológicos de uma proposta de produção de autobiografias, a qual foi implementada com turmas regulares do 9º.ano do Ensino Fundamental de uma rede pública municipal de ensino. A pesquisa partiu da constatação de que, no contexto pós-pandêmico, os estudantes apresentavam acentuadas dificuldades no emprego da modalidade escrita para expressarem ideias, pontos de vista, sensações e emoções, sobretudo ao relatarem suas experiências. Nesse sentido, o foco do estudo recaiu sobre a escrita autobiográfica e teve como referência as contribuições teóricas de Luiz Antônio Marcuschi (2008; 2010), Mikhail Bakhtin (1997; 2016), Irandé Antunes (2003; 2009), Philippe Lejeune (2008), Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz (2004), entre outros. Propôs-se a elaboração e a implementação de uma sequência didática voltada para o desenvolvimento de capacidades e conhecimentos necessários para a construção de narrativas autobiográficas nas aulas de Língua Portuguesa. Os resultados da pesquisa indicam que a escrita do gênero textual autobiográfico favoreceu a emergência da subjetividade dos educandos e de suas elaborações acerca da realidade imediata e globalizada que experienciam.