REVIVER O PASSADO, SENTIR O PRESENTE E IMAGINAR O FUTURO: DESANGULAMENTOS AUTOETNOGRÁFICOS
DOI:
https://doi.org/10.12957/pr.2025.89502Palavras-chave:
Autoetnografia. Linguística Aplicada. DecolonialidadeResumo
Neste texto, retomo discussões teórico-metodológicas realizadas anteriormente com o fim de refletir sobre a autoetnografia nos dias de hoje, almejando aquecer e contrubuir para as discussões sobre o tema. Optei por apresentar um texto com nuances autoetnográficas alinhavadas com pressupostos téorico-filosóficos para encorpar os argumentos sobre o fazer autoetnográfico. Inicio a empreitada entralaçando minha relação com a metodologia de pesquisa em questão e algumas críticas propagadas por veículos de imprensa sobre o tema. Em seguida, tento exercitar um “filosofar” sobre o movimento autoetnográfico, priorizando aquilo que entendo como algo a priori das invetigações ancoradas na metodologia autoetnográfica. Avanço a discussão com conceitos e ou definições que podem dar suporte para que outros pesquisadores possam construir suas próprias definições sobre a metodologia de pesquisa autoetnográfica e, em seguida, proponho reflexões sobre o uso da primeira pessoa do singular em trabalhos científicos na área de Letras. Na sequência, recorro aos atravessamentos pelos quais podemos pensar a autoetnografia no contexto brasileiro por meio de pensamentos decoloniais e problematizações contemporâneas na área de Linguística Aplicada. Antes de finalizar, busco traçar um panorama atualizado das pesquisas autoetnográficas realizadas em universidade brasileiras e, também, reflexões sobre o movimento autoetnográfico em nosso país, salientando o papel das mulheres no fazer científico. Por fim, trago ponderações sobre o que e como foi realizado neste texto e proponho um exercício de reflexão para os leitores.
Referências
ADAMS, Tony. Autoethnography, performance, and personal experience: contemplating the limits of artificial intelligence. Text and Performance Quarterly, 2025. https://doi.org/10.1080/10462937.2024.2449078
ADAMS, Tony; HERMANN, Andrew. Expanding Our Autoethnographic Future. Journal of Autoethnography, Vol. 1, Number 1, pp. 1–8,2020. https://doi.org/10.1525/joae.2020.1.1.1
Adams, Tony; ELLIS, Carolyn; JONES, Stacy Holman. Autoethnography. In The International Encyclopedia of Communication Research Methods, edited by J. Matthes, C. S. Davis, and R. F. Potter, 1–11. New York, NY: John Wiley & Sons, Inc. https://doi.org/10.1002/9781118901731.iecrm0011
ADAMS, Tony; JONES, Stacy Holman; ELLIS, Carolyn. Autoethnography. Nova York: Oxford University Press, 2015.
AGRA, Christiane Batinga. Formação com Professores de Língua Inglesa e Decolonialidade: Reflexões de uma Docente Pesquisadora em um Estudo Autoetnográfico. 2023. 130 p.Tese (Doutorado em Linguística e Literatura) – Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Maceió 2021.
AZOULAY, Ariella A. 2024. História potencial: Desaprender o imperialismo. São Paulo: Ubu Editora.BBC
BASONI, Isabel C. G; Espelho, espelho meu, que professora sou eu? reflexos e refrações sobre a formação do professor de língua portuguesa e os novos letramentos em um estudo autoetnográfico. Tese de doutorado. Universidade Federal do Espírito Santo, 2022.
BEZERRA, Selma Silva. Um estudo autoetnográfico em aulas de língua inglesa no ensino médio: reflexões sobre (de)colonialidades, prática docente e letramento crítico. 2019. 194 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Letras, Programa de Pós Graduação em Lingüística e Literatura, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2019.
BOCHNER, Arthur P. Putting meanings into Motion: Autoethnograpy’s Existential Calling. In: JONES, Stacy; ADAMS, Tony E; ELLIS, Carolyn. Handbook of Autoethnography (orgs.). Wallnut Creek, CA: Left Coast Press, 2013.
CARMAGNANI, Anna Maria G. A escrita como recusa da imobilidade: o autor e a política da criação de si. In: ECKERT-HOFF, Beatriz; CORACINI, Maria José (org.). Escrit(ur)a de si e alteridade no espaço papel-tela. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2010. P. 67-76
CUSICANQUI, Silvia Rivera. Sociología de la Imagen: miradas ch'ixi desde la historia andina. Buenos Aires: Tinta Limón, 2015
DELEUZE, Gilles. ¿Que és un dispositivo? In: Michel Foucault, filósofo.
Barcelona: Gedisa, 1990, pp. 155-161. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento.
DOSSE, François. O Império do sentido: a humanização das Ciências Humanas. Bauru, SP: EDUSC, 2003
FADINI, KARINA ANTONIA. Autoetnografia e processos de subjetificação em educação linguística: (trans)formações de uma professora de inglês. Orientador: Prof. Dr. Daniel de Mello Ferraz. 2020. 265 p. Tese (Doutora em Linguística) – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Vitória, ES, 2020.
FERRARI, Luciana; ONO, Fabrício T. P. (orgs). Pensando o mundo a partir da deficiência: narrativas de dentro pra fora. São Paulo: Pimenta Cultural, 2024.
Ferraz, Daniel de Mello; ONO, Fabrício T. P. Discursos, Letramentos e Formação com Professores em tempos de Influenciadores Digitais. In: Micheline Mattedi Tomazi e Ariel Sessa. (Org.). Discursos Contemporâneos: Saúde, Educação, Política E Interseccionalidades. 01ed.Campinas: Pontes, 2023, v. 01, p. 61-84.
FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1991.
GALE, Ken; WYTT, Jonathan. Autoethnography and Activism: Movement, Intensity, and Potential. Qualitative Inquiry, 25(6), 566-568, 2018. https://doi.org/10.1177/1077800418800754
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Giachini, Enio Paulo. 2. 2017. Vozes, Petrópolis: 128
JAMES, Bridle. A nova idade das trevas: a tecnologia e o fim do futuro. Tradução de Érico Assis. São Paulo: Todavia, 2019.
JESUS, Carolina Maria.Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. - São Paulo : Ática, 2014.
KEHL, Maria Rita. Bovarismo Brasileiro. São Paulo: Editora Boitempo, 2018.
LEANDER, Kevin; BOLDT, Gale, G. Rereading “A Pedagogy of Multiliteracies”: Bodies, Texts, and Emergence. Journal of Literacy Research, 45(1), 22-46., 2023. https://doi.org/10.1177/1086296X12468587
LEVINAS, Emanuel. Violência do rosto. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
MAGALHÃES, Joyce Rodrigues da Silva. Práticas decoloniais na formação inicial de professores de inglês: reflexões autoetnográficas de uma professora-formadora. 2024. 267 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Alagoas. Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura. Maceió, 2023.
MERLO, Marianna C. R. Autoetnografia, Infâncias e Decolinialidades em (Trans)formação. Tese de doutorado. Universidade Federal do Espírito Santo, 2022.
MULIK, Katia Bruginski. Letramentos (auto) críticos no ensino de língua inglesa no ensino médio: uma pesquisa autoetnográfica. 2021. Tese (Doutorado em Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. doi:10.11606/T.8.2021.tde-31012022-211124. Acesso em: 2025-01-31.
ONO, Fabrício Tetsuya Parreira. A formação do formador de professores: uma pesquisa autoetnográfica na área de língua inglesa. 2017. Tese (Doutorado em Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. doi:10.11606/T.8.2017.tde-12052017-153239. Acesso em: 2025-01-31.
PATHAK, Archana. Musings on Postcolonial Autoethnography. In: JONES, Stacy; ADAMS, Tony E; ELLIS, Carolyn. Handbook of Autoethnography (orgs.). 1ª edição. Wallnut Creek, CA: Left Coast Press, 2013.
PENNYCOOK, Alstarir. Uma lingüística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma lingüística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 67-84.
PEREZ, Rodrigo. Sobre relações entre movimentos sociais de esquerda e universidades públicas. Revista Fórum, 2024. Disponivel em: https://revistaforum.com.br/opiniao/2024/10/4/sobre-relaes-entre-movimentos-sociais-de-esquerda-universidades-publicas-por-rodrigo-perez-166809.html. Acesso em 31 de janeiro de 2025.
PICKLES, Matt. 'Selfie acadêmica': Os pesquisadores que usam a si mesmos como base de estudos. BBC News Brasil, 2017. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-40006132 Acesso em 31 de janeiro de 2025.
QUIJANO, Anibal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. En Los conquistados. 1492 y la población indígena de las América. In: BONILLA, Heraclio (compilador). Quito: Tercer Mundo-Libri Mundi Editors, 1992. p. 447.
RANCIÈRE, J. O desentendimento. São Paulo: Editora 34, 1996
SOUZA, Lynn Mario T. M. de; Multiliteracies & Transcultural Education. In: GARCIA, Ofelia; FLORES, Nelson; SPOTTI, Massimiliano. The Oxford Handbook of Language and Society. Oxford University Press, 2016
SOUZA, Lynn Mario T. M. de; DUBOC, Ana Paula M. De-universalizing the decolonial: between parentheses and falling skies. Gragoatá, 26(56), 876-911, 2021.https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i56.51599
Souza, Lynn Mario M. de, MARTINEZ, Juliana. Z; DINIZ DE FIGUEIREDO, Eduardo. H. (2019). "EU SÓ POSSO ME RESPONSABILIZAR PELAS MINHAS LEITURAS, NÃO PELAS TEORIAS QUE EU CITO": entrevista com Lynn Mario Trindade Menezes de Souza (USP). Revista X, 14(5), 05–21, 2019. https://doi.org/10.5380/rvx.v14i5.69230
TSING, Anna. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019
ŽIŽEK, Slavoj. O sujeito incômodo: o centro ausente da ontologia política.Tradução: Luigi Barichello. São Paulo: Editora: Boitempo, 2016
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados Pensares em Revista pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Pensares.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 4.0 adotado pela revista.
The Copyright of the published articles in Pensares Journal belong to the respective author(s), with the rights of first publication assigned to Pensares.
The published articles are of public access, free of charge, with attribution of obligatory authorship according to the Creative Commons 4.0 licensing model adopted by the journal.
A Pensares em Revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Pensares Journal is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License (Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional).