AFETIVIDARTE E FORMAÇÃO DOCENTE: REGISTROS AUTOETNOGRÁFICOS A SEIS MÃOS
DOI:
https://doi.org/10.12957/pr.2025.89449Palavras-chave:
Arte., Fomação docente. Corpovivências. Decolonialidade. Autoetnografia.Resumo
Neste estudo nos propomos a sentipensar atravessamentos de vivências artísticas e afetivas na construção da identidade docente de professores/as em formação. Partimos do entendimento de que a arte, em suas múltiplas formas de acontecer, não apenas ocupa um lugar na experiência cotidiana, mas também desempenha um papel importante no desenvolvimento de sensibilidades, percepções e modos de ensinar e aprender. Desta forma, revisitamos, em conjunto, algumas memórias em que a arte se fez presente em diferentes etapas da vida do segundo autor, à época redigindo seu Trabalho de Conclusão de Curso. Tecemos, a seis mãos e em perspectiva autoetnográfica, as construções de sentidos durante sua primeira infância, educação básica e vivências na universidade. Para isso, utilizamos desenvolvemos uma autoetnografia, como possibilidade de caminho sensível na construção de um texto atravessado por experiências sentipensadas e corporificadas. As discussões sobre vivências e formação que emergem ao longo do trabalho podem, dessa maneira, propor uma auto-reflexão crítica da formação docente. Assim, refletimos juntos/as sobre a arte e a linguagem na formação de professores/as, incluindo nossa própria formação, a partir de uma perspectiva crítica e decolonial. Corpovivências banhadas do que chamamos aqui de afetividarte são problematizadas propondo um giro no olhar para a educação linguística e a formação docente. Para realizar esta análise, utilizamos escritos autoetnográficos (Bochner 2013; Takaki, 2020) que nos permitem explorar e sentipensar corpovivências (Almeida, 2023) de maneira mais intencional. Além disso, com o estudo também procuramos compreender como tais experiências artísticas dialogam com nossos processos de formação, atravessando as escolhas pedagógicas que fazemos e a forma como enxergamos o ensino como uma prática emancipatória para um devir docente outro.
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