Maternidades ameaçadas e corpos dissidentes: deslegitimação do ser mãe e o papel do Estado
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.89815Palavras-chave:
Maternidades ameaçadas, Corpos dissidentes, Deslegitimação, Papel do EstadoResumo
Neste artigo permeamos cenários para problematizar as formas de violência e deslegitimação as quais as mulheres em situação de maternidade, no Brasil e na América Latina, têm sido expostas ao longo do tempo e nos dias atuais. Para tanto, retornamos ao cerne da construção do conceito de maternidade, apresentando e discutindo como tal papel foi construído e moldado desde as sociedades passadas até a contemporaneidade. Desse viés, por caminho metodológico, realizamos um apanhado histórico dos conceitos e determinações do papel feminino na maternidade e como estes foram sendo desenvolvidos ao longo do tempo. Por conclusão, temos o Estado como instituição de fomento a violências contra mulheres negras – pretas e pardas, indígenas e pobres, o que denota descaso da proteção social a esse grupo interseccional.
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