Maternidades ameaçadas e corpos dissidentes: deslegitimação do ser mãe e o papel do Estado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.89815

Palavras-chave:

Maternidades ameaçadas, Corpos dissidentes, Deslegitimação, Papel do Estado

Resumo

 Neste artigo permeamos cenários para problematizar as formas de violência e deslegitimação as quais as mulheres em situação de maternidade, no Brasil e na América Latina, têm sido expostas ao longo do tempo e nos dias atuais. Para tanto, retornamos ao cerne da construção do conceito de maternidade, apresentando e discutindo como tal papel foi construído e moldado desde as sociedades passadas até a contemporaneidade. Desse viés, por caminho metodológico, realizamos um apanhado histórico dos conceitos e determinações do papel feminino na maternidade e como estes foram sendo desenvolvidos ao longo do tempo. Por conclusão, temos o Estado como instituição de fomento a violências contra mulheres negras – pretas e pardas, indígenas e pobres, o que denota descaso da proteção social a esse grupo interseccional. 

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Biografia do Autor

Marcel Pereira Pordeus, Universidade Estadual do Ceará

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) - Conceito 4 CAPES. Aluno Especial do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Graduado em Letras: Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com projetos voltados para a Linguística de texto e Análise do Discurso Crítico (ADC). Membro do GETEME/PPGL (Gêneros Textuais: Perspectivas Teóricas e Metodológicas) da Universidade Federal do Ceará. Pesquisador Associado do Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura - CLAEC, com o estudo das Teorias e Métodos das Ciências Humanas e Sociais. Foi bolsista de Iniciação Científica do CLAEC/Fundação Araucária, com desenvolvimento do estudo: (Re)Configurações socioculturais em tempos de pandemia: práxis reflexiva sobre o Estado do Paraná/PR.

Kátia Paulino dos Santos, Universidade do Estado do Amapá

Doutora em Gestão pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD - Portugal ). Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (UECE - Brasil). Especialista em Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda (UNICAMP - Brasil). Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP - Brasil). É Reitora da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), referente ao quadriênio 2022-2026. Foi Reitora da UEAP no quadriênio 2018-2022. Professora vinculada ao Colegiado de Direito da UEAP. É pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Educacionais e Gestão - GEPPEG/UEAP e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Diversidade e Interculturalidade (GEPEDI). É professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Políticas Públicas, da Universidade Estadual do Ceará (MPPP/UECE), atuando como orientadora nos cursos de mestrado e doutorado do Programa. 

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Publicado

2025-07-10

Como Citar

PORDEUS, Marcel Pereira; PAULINO DOS SANTOS, Kátia. Maternidades ameaçadas e corpos dissidentes: deslegitimação do ser mãe e o papel do Estado: . Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 125–146, 2025. DOI: 10.12957/intellectus.2025.89815. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/89815. Acesso em: 26 jul. 2025.