Corpos negros na educação brasileira: racializando a Educação do Sensível

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.89452

Palavras-chave:

educação do sensível, relações raciais, teoria social, sensibilidade, subjetividade

Resumo

O presente artigo é fruto de uma pesquisa-dissertação de caráter teórico que objetivou compreender como a educação sensível pode ser integrada à educação das relações raciais, tendo como base epistêmica o pensamento afrodiaspórico brasileiro. A partir de Sueli Carneiro e Nilma Gomes pudemos expor o processo de perpetuação de uma educação moderna-colonial, criticando-a através das experiências negras no mundo. Dessa maneira, pesquisa espera ter contribuído para construção da Educação do Sensível a partir da caracterização e problematização dos fenômenos estudados, levando em consideração marcadores de colonialidade e de descolonialidade. Buscou-se apresentar a Educação do Sensível como alternativa à (re)construção de subjetividades afrodiaspóricas. Concluímos que as autoras e o pensamento afrodiaspórico brasileiro, possuem vasta contribuição que possibilitam alimentar os campos de pesquisa das relações raciais e da Educação do Sensível. 

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Biografia do Autor

Marília Rodrigues, Universidade Federal de Pernambuco

Atualmente é doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS/ UFPE). Mestra em Sociologia também pelo PPGS/UFPE. Possui licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Tem atuado nos temas: teoria social e pensamento social brasileiro, educação do sensível, relações étnico-raciais, ensino de sociologia, pós-colonialismo, decolonialidade e políticas públicas. É membra da Associação Brasileira de pesquisadores Negros (ABPN), do Grupo de Estudos sobre Crítica da Colonialidade (UFPE) desde 2023 e do Ubuntu - Grupo de Estudos da Capoeira Angola e Frevo. Fez PIBIC pela Fundação Joaquim Nabuco no ano de 2017. Fez PIBID pela UFPE, vinculado a licenciatura em ciências sociais. Foi PETiana no Grupo PET Conexões Encontros Sociais (UFPE), professora e coordenadora voluntária no Projeto Gradação ligado à Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT).

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Publicado

2025-07-10

Como Citar

RODRIGUES, Marília. Corpos negros na educação brasileira: racializando a Educação do Sensível. Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 147–167, 2025. DOI: 10.12957/intellectus.2025.89452. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/89452. Acesso em: 27 jul. 2025.