História da América Latina: diálogos possíveis entre a sociologia das ausências e os livros didáticos de História
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2021.57515Palavras-chave:
América Latina, Razão metonímica, não-existênciaResumo
Neste artigo analisamos os conteúdos de história latino-americana presentes em livros didáticos distribuídos às escolas brasileiras pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). À luz do entendimento da razão metonímica, é possível estabelecer uma análise acerca destes materiais didáticos e, consequentemente, compreender alguns elementos que dificultam a constituição de uma identidade latino-americana. Com base neste estudo é possível perceber que, mesmo havendo referências à história latino-americana nas fontes selecionadas, a forma como esse conteúdo é apresentado contribui para a produção daquilo que definimos como a não-existência da experiência histórica latino-americana. Acreditamos que a dificuldade de constituir, a partir do Brasil, uma identidade latino-americana, bem como, a perspectiva do latino-americano como um sujeito outro, é resultado desse processo de formação que encontra nos materiais didáticos uma importante base de apoio. encontra nos materiais didáticos uma importante base de apoio.
Referências
Fontes
AZEVEDO, Gislane Campos & SERIACOPI, Reinaldo (2012). Projeto Teláris: História. São Paulo: Ática.
BRAICK, Patrícia Ramos (2011). Estudar história: das origens do homem à era digital.
São Paulo: Moderna.
CAMPOS, Flavio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam (2012). História nos dias de hoje. São Paulo: Leya.
COTRIM, Gilberto & RODRIGUES, Jaime (2012). Saber e fazer história. São Paulo: Saraiva.
NEMI, Ana Lúcia Lana & REIS, Anderson Roberti dos (2012). Para viver juntos: história. São Paulo: SM.
PANAZZO, Silvia. & VAZ, Maria Luísa (2012). Jornadas.hist - História. São Paulo: Saraiva.
PROJETO ARARIBÁ: HISTÓRIA (2010). São Paulo: Moderna.
VICENTINO, Cláudio (2012). Projeto Radix: história. São Paulo: Scipione.
Referências bibliográficas
ARAUJO, Cíntia Monteiro (2013). Uma outra história possível? O saber histórico escolar na perspectiva intercultural. In: PEREIRA, Amilcar Araujo. & MONTEIRO, Ana Maria. (org.) Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas: 265-285.
BITTENCOURT, Circe Maria F. (1996). O percurso acidentado do ensino de História da América. In: BITTENCOURT, Circe Maria F. & IOKOI, Zilda Márcia Gricoli. (coord.) Educação na América Latina. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP: 203-218.
CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto; GONZÁLEZ, María Fernanda. (org.) (2007).
Ensino da história e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed.
CONCEIÇÃO, Juliana Pirola da. & DIAS, Maria de Fátima Sabino (2011). Ensino de História e consciência histórica latino-americana. Revista Brasileira de História. São Paulo, vol. 31, n 62: 173-191, dez.
DIAS, Maria de Fátima Sabino (1997) A invenção da América na cultura escolar no Brasil. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas- São Paulo.
DIAS, Maria de Fátima Sabino (2004) História da América. Ensino, poder e identidade.
Florianópolis: Letras Contemporâneas.
FERNANDES, Luiz Estevam. & MORAIS, Marcus Vinícius de (2013). Renovação da História da América. In: KARNAL, Leandro. (org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto: 143-162
GROSFOGUEL, Ramón (2007). Descolonizando los universalismos occidentales: el pluri-versalismo transmoderno decolonial desde Aimé Césaire hasta los zapatistas. In: GÓMEZ, Santiago Castro. & GROSFOGUEL, Ramón. (comp.) El giro decolonial: reflexiones para uma diversidade epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontifícia Universidad Javeriana, Instituto Pensar: 63-77.
GUIMARÃES, Selva (2012). Didática e prática de ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizagens. Campinas, SP: Papirus.
KALIL-ALVES, Thamar. & OLIVEIRA, Wellington de (2011). O ensino de história da Aérica Latina no Brasil: sobre currículos e programas. MAGIS, Revista Internacional de Investigación em Educación. Bogotá: Pontifícia Universidad Javeriana, vol. 3, n. 6: 283-298, jan./jun.
QUIJANO, Anibal (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO: 117-142.
ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca (org.) (2015). O ensino de história em questão: cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: FGV.
SANTOS, Boaventura de Sousa (2002). Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais. n. 63: 237-280, out.
SANTOS, Boaventura de Sousa (2014). Más allá del pensamento abismal: de las líneas globales a una ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa. & MENESES, Maria Paula. (eds.) Epistemologías del Sur. Madrid: Akal: 21-66.
SANTOS, Boaventura de Sousa (2019). O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
SILVA, Vitória Rodrigues e (2004). O ensino de história da América no Brasil.
Diálogos. Maringá: DHI/PPH/UEM, v.8, n. 2: 83-104.
TAILLE, Elizabeth Harkot de la. & SANTOS, Adriano Rodrigues (2012). Sobre escravos e escravizados: percursos discursivos da conquista da liberdade. III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade. Dilemas e Desafios na Contemporaneidade. Campinas: Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unicamp (IEL/DLA); Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês da USP (DLM/FFLCH).
VILLALTA, Luiz Carlos (1996). O cotidiano das populações coloniais da América nos livros didáticos. In: BITTENCOURT, Circe Maria F. & IOKOI, Zilda Márcia Gricoli. (coord.) Educação na América Latina. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP: 219-235.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista Intellèctus o direito de publicação, sob uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Os dados e conceitos abordados são da exclusiva responsabilidade do autor.
A revista Intellèctus está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional