n. 23 (2021): O futuro do passado: desafios para o ensino da História nas escolas numa perspectiva global

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Os vetores que atravessam o mundo contemporâneo são bons indicadores dos processos sociais que continuarão a fazer parte das principais agendas ligadas à educação e, em especial, ao ensino da História. Temas relativos às desigualdades sociais, às questões étnico-raciais, às tensões religiosas e ao presentismo fazem parte das preocupações atuais e, ao que tudo indica, continuarão a fazer parte da agenda de debates de historiadores, educadores e cientistas sociais nos próximos anos. Aliado a isso, percebe-se uma significativa pluralidade de tendências epistemológicas e metodológicas no campo da História. Desde o marxismo, passando pela hermenêutica, por tendências pós-estruturalistas; entre propostas curriculares críticas, pós-críticas ou decoloniais, não se pode saber bem ao certo se chegaremos a uma síntese possível ou a novos paradigmas hegemônicos no que se refere ao desenvolvimento das ciências preocupadas com a educação. 

É precisamente em relação a esse mundo desconhecido, a esse futuro tornado uma incógnita a que esse dossiê propõe buscar respostas. Quais são os principais desafios para o ensino de história na escola, ao desenvolvimento do pensamento histórico nos alunos e aos métodos para se ensinar a história de forma mais atraente e eficaz? Esse dossiê é, também, um espaço de experimentação e ensaio, que possibilite se pensar o ensino da História escolar a partir dos mais diferentes campos, matizes e propostas.


L'AVENIR DU PASSÉ: DÉFIS POUR L'ENSEIGNEMENT DE L'HISTOIRE À L'ÉCOLE DANS UNE PERSPECTIVE GLOBALE

Les vecteurs sociaux qui traversent le monde contemporain sont de bons indicateurs des processus sociaux qui continueront de faire partie des principaux ordres du jour liés à l'éducation et, en particulier, à l'enseignement de l'histoire. Les thèmes liés aux inégalités sociales, aux problèmes ethniques et raciaux, aux tensions religieuses et au présentisme font partie des préoccupations pertinentes à l'époque présente et, semble-t-il, continueront de faire partie du débat des historiens, des éducateurs et des spécialistes des sciences sociales pour les années à venir. Parallèlement à cela, il existe une pluralité expressive de tendances épistémologiques et méthodologiques dans le domaine de l'histoire. Depuis le marxisme, à travers l'herméneutique, les tendances poststructuralistes; parmi les propositions curriculaires décoloniales, critiques ou postcritiques, il n'est pas clair si nous arrivons à une éventuelle synthèse ou à de nouveaux paradigmes hégémoniques en ce qui concerne le développement de sciences liées à l'éducation.

C'est précisément par rapport à ce monde inconnu, à cet avenir qu'il est devenu une question inexploitée à laquelle ce dossier propose de chercher des réponses. Quels sont les principaux défis pour l'enseignement de l'histoire à l'école, le développement de la pensée historique chez les élèves et les méthodes pour enseigner l'histoire de manière plus attractive et efficace? Ce dossier est aussi un espace d'expérimentation d'essais, qui permet de réfléchir à l'enseignement de l'histoire scolaire à partir des domaines, couleurs et propositions les plus différents.


THE FUTURE OF THE PAST: CHALLENGES FOR TEACHING HISTORY IN SCHOOLS FROM A GLOBAL PERSPECTIVE

The social vectors which cross the contemporary world are good indicators of the social processes which will continue to be part of the main agendas related to education and, in particular, to the teaching of history. Themes related to social inequality, ethnic and racial issues, religious tensions, and presentism are among the concerns of the present day and, it seems, will continue to be part of the debate of historians, educators, and social scientists for years to come. At the same time, there is an expressive plurality of epistemological and methodological tendencies in the field of history. Since Marxism, through hermeneutics, poststructuralist tendencies, among decolonial, critical, post-critical curricular propositions, it is not clear whether we are coming to a possible synthesis of new hegemonic paradigms regarding the development of Educational Sciences. 

It is precisely concerning this unknown world, to this future, that it has become an unexploited question to which this dossier proposes to seek answers. What are the main challenges for teaching history in school, developing historical thinking among students and methods for teaching history more attractively and effectively? This dossier is, also, a space for experimenting with essays, which makes it possible to think about the teaching of school history from the most different fields, nuances, and proposals.


EL FUTURO DEL PASSADO: RETOS PARA ENSEÑAR HISTORIA EM LAS ESCUELAS DESDE UNA PERSPECTIVA GLOBAL

Los vectores sociales que atraviesan el mundo contemporáneo son buenos indicadores de los procesos sociales que continuarán siendo parte de las principales agendas relacionadas con la educación y, en particular, con la enseñanza de la historia. Los temas relacionados con la desigualdad social, los problemas étnicos y raciales, las tensiones religiosas y el presentismo se encuentran entre las preocupaciones de la actualidad y, al parecer, continuarán siendo parte del debate de historiadores, educadores y científicos sociales en los próximos años. Al mismo tiempo, existe una pluralidad expresiva de tendencias epistemológicas y metodológicas en el campo de la historia. Desde el marxismo, a través de la hermenéutica, las tendencias postestructuralistas; entre las proposiciones curriculares descoloniales, críticas y postcríticas, no está claro si estamos llegando a una posible síntesis o a nuevos paradigmas hegemónicos con respecto al desarrollo de las Ciencias relacionadas con la Educación.

Precisamente en relación con este mundo desconocido, con este futuro, se ha convertido en una pregunta no explotada a la que este dossier propone buscar respuestas. ¿Cuáles son los principales desafíos para enseñar historia en la escuela, desarrollar el pensamiento histórico entre los estudiantes y los métodos para enseñar historia de una manera más atractiva y efectiva? Este dossier también es un espacio para experimentar con ensayos, que permite pensar en la enseñanza de la historia escolar desde los más diversos campos, matices y propuestas.





Publicado: 2021-12-22

Expediente

Apresentação

  • O futuro do passado: desafios para o ensino da história na escola numa perspectiva global.

    Guilherme Moerbeck, Marc-André Éthier, David Lefrançois
    6-14
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.64228

Entrevista

  • Análisis crítico de las tensiones subyacentes al campo de la didáctica de ciências humanas y sociales em la primaria em Quebec después de la aparición del informe parent

    Anderson Araújo-Oliveira
    39-58
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.59630
  • Currículos de licenciatura em História de duas universidades públicas brasileiras e a lei 10.639/2003: silêncios, disputas e resistência

    Marcos Antonio Batista Silva, Danielle Pereira de Araújo
    59-80
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.54932
  • Por uma educação antirracista: reflexões sobre o currículo de História para a promoção das relações étnico-raciais

    Brenda Cardoso de Oliveira, Clarice Nascimento de Melo
    81-100
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62640
  • Prescrições curriculares de História para os anos iniciais: diálogos entre base nacional comum curricular e currículo de Pernambuco

    Danielle da Silva Ferreira
    101-121
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.61620
  • O aparelho burocrático educacional: a organização do ensino para o mundo do trabalho

    Werbeth Serejo Belo
    122-144
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.54296
  • A BNCC e o interesse dos jovens pela História: um olhar com dados do Projeto Residente

    Matheus Mendanha Cruz, Luis Fernando Cerri
    145-167
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.57332
  • “Vozes do bolsonarismo”: reflexões históricas a partir de comentários de internautas pró-intervenção militar

    Fábio Alexandre da Silva, Lisiane Sias Manke
    168-189
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.57944
  • Ensino de história e letramento digital: uma proposta de leitura crítica das fontes provenientes dos meios digitais

    Nayara Silva de Carie, Ana Paula Giavara, Glauco Costa de Souza, Heli Sabino de Oliveira
    190-208
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62675
  • Aprendizagem escolar de História em tempos de pandemia no Cap-UERJ: um olhar didáticohistórico sobre o tempo presente

    Giselle Pereira Nicolau, Vivian Cristina Zampa, Sonia Maria Wanderley
    209-229
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62746
  • Ensino de História na educação básica: a experiência histórica romana, e o tempo presente, na sala de aula

    Naicon de Souza Brinco
    230-251
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62326
  • Diálogos entre a História Antiga e o ensino de História: a História global no currículo da BNCC do sexto ano

    Alexandre Galvão Carvalho, Lucas Werlang Girardi, Carolina Ferreira de Figueiredo
    252-274
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62762
  • O ensino de História Antiga na perspectiva multicultural

    Cleberson Henrique de Moura, Fabíola Alice dos Anjos Durães, Maria Cristina Nicolau Kormikiari, Núria Hanglei Cacete
    275-294
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.61160
  • A África e a diáspora nos livros didáticos do ensino fundamental

    Maria A. D. Castro, Antonieta Miguel
    295-315
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.62724
  • Os problemas nos estudos das religiões afro-ameríndias e o ensino de História

    Lucas Gomes de Medeiros
    316-336
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.58108

Artigos livres

  • Zumbidos do vento no mar: vozes e silêncios do Sacudón (o Caracaço)

    Livia Esmeralda Vargas González
    337-360
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.51682
  • Figurações femininas subvertidas no conto Survival Ship (1951) de Judith Merril: ficção científica e gênero em negociação

    Janis Caroline Boiko da Rosa
    361-382
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2021.59121