Dengue e saúde pública na cidade do Rio de Janeiro, Brasil

Autores

  • Bruna Sarpa Miceli Universidade Veiga de Almeida
  • Andresa Borges de Araújo Fonseca Universidade Veiga de Almeida (UVA)

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.31428

Palavras-chave:

Saneamento básico, Dengue, Infraestrutura, Saúde pública, Rio de Janeiro

Resumo

Este presente artigo trata a questão do saneamento básico na cidade do Rio de Janeiro relacionando-o com a incidência de casos de dengue. Para isso, buscou-se trazer o conceito de saneamento básico segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e também abordar historicamente a evolução desta concepção desde os primórdios do século XIX, com a ausência desse serviço, até o início do século XXI com o surgimento de leis de incentivo e de relatos do cenário atual principalmente com a infra-estrutura da cidade durante o ano de 2016, quando ocorreram os Jogos Olímpicos, assim como pretende-se abordar informações referentes  doença citada. O objetivo deste trabalho foi comparar os dados fornecidos pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro em relação ao saneamento básico (coleta de esgoto, com dados dos anos 2000 até 2014 e resíduos sólidos como o lixo público, referentes aos anos 2010 e 2014) com o número de casos de dengue (de 2010, 2014 e 2016) a fim de verificar o quanto a falta destes recursos interfere na qualidade de vida da população e no número de casos dessa enfermidade. Observando dados comuns de 2010 e 2014, notou-se que as questões de saneamento básico não condizem com os índices de casos de dengue nestes mesmos períodos. Conclui-se que não se pode relacionar tais dificuldades como causas únicas para a veiculação de doenças, principalmente da dengue e que há outros fatores que podem influenciar o aparecimento desta doença nas Regiões Administrativas (R.As).

Biografia do Autor

Bruna Sarpa Miceli, Universidade Veiga de Almeida

Iniciou mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação na CEFET-RJ em maio de 2017, especialista em Ensino de Ciências na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2017. Graduada em Ciências Biológicas (licenciatura) na Universidade Veiga de Almeida no ano de 2015. Possui experiência profissional no Projeto Verão (realizado no Centro Educacional Norte no início de 2016), Projeto Mais Educação (realizado em uma escola municipal da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro em 2015) e em monitoria na disciplina de Anatomia Sistêmica (realizada na própria Universidade durante a graduação, em 2013).

Andresa Borges de Araújo Fonseca, Universidade Veiga de Almeida (UVA)

Atualmente está desenvolvendo para o seu mestrado em Biologia Celular e Molecular (IOC/FIOCRUZ), o projeto de pesquisa com células da linhagem Aag-2 de Aedes aegypti, estudando o relógio circadiano e infecções pelo vírus da Dengue, realizados no Laboratório de Biologia Molecular de Insetos (IOC/FIOCRUZ). É graduada em Ciências Biológicas - Ênfase em Ecologia pela Universidade Veiga de Almeida (2016).

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Publicado

16-01-2018

Como Citar

Miceli, B. S., & Fonseca, A. B. de A. (2018). Dengue e saúde pública na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Sustinere, 5(2), 260–278. https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.31428