A escrita como artesanato: a experiência do escrever(-se)
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2020.54576Palavras-chave:
escrita de si, cuidado de si, etopoiética, experiênciaResumo
Um exercício de escrever(-se) “para não ser mais o mesmo” (FOUCAULT, 2010). Ao trazermos, para a composição deste artigo, escritas-anotações tecidas no território da academia, objetivamos expor efeitos e deslocamentos produzidos com o ato de escrever, como etopoiética, nos espaços institucionais de produção de conhecimento. Pensamos sobre o processo de produção de nossas escritas-pesquisas no campo educacional – que não se pretendem prescritivas, senão interrogativas de certas verdades – ao mesmo tempo em que somos convocados ao exercício estético do cuidar de si. Nessa aposta ético-política, nos aproximamos de uma escrita inspirada na problematização das relações entre a escrita de si e o cuidado de si, trazidas por Foucault (2004), e na noção de experiência, apresentada por Larrosa (2015).
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