Trabalho e suicídio: gesto de resistência final

Autores

  • Luciene Jung de Campos Universidade de Caxias do Sul - UCS
  • Raquel Alquatti Universidade de Caxias do Sul - UCS
  • Stefany Rettore Garbin Universidade de Caxias do Sul - UCS
  • Ismael Pereira Universidade de Caxias do Sul - UCS

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2016.24832

Palavras-chave:

trabalho, suicídio, análise de discurso, psicodinâmica do trabalho

Resumo

O artigo propõe um gesto de leitura de três processos judiciais sobre suicídio e trabalho. Os casos levantados junto ao Memorial do Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul correspondem às décadas de 1960 e 1970. Apresentados aqui na interface entre as duas disciplinas de origem dos autores, Psicologia e História, e entre duas obras: Suicídio e Trabalho: o que fazer? de Christophe Dejours e Florence Bègue (2010) e Sobre o Suicídio de Karl Marx (1846/2006). A Análise de Discurso é o dispositivo teórico analítico que proporciona essa interface sendo conhecimento de entremeio entre Psicanálise, Materialismo Histórico e Linguagem, através do qual procuramos analisar os efeitos de evidência presentes nos processos judiciais. O que quer saber um processo criminal de suicídio? Observamos que os processos trabalhados procuram cúmplices e culpados encarnados. O suicídio é um gesto absoluto e silenciado, tratado como um ato individual e, portanto, atribuído ao seu autor. Pouco se discute acerca do suicídio ou da situação em que é praticado. Menos ainda, a relação do suicídio com a sociedade em que é concebido. Perde-se o sujeito que engendra o gesto. Resta o sujeito autor na condição de depositário: causa e consequência de sua própria ação.

Downloads

Publicado

21-07-2016

Como Citar

Campos, L. J. de, Alquatti, R., Garbin, S. R., & Pereira, I. (2016). Trabalho e suicídio: gesto de resistência final. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 16(1), 86–103. https://doi.org/10.12957/epp.2016.24832

Edição

Seção

Psicologia Social