Pela boca da criança: pensando gênero e sexualidades a partir da infância de terreiro
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2021.56620Palavras-chave:
Educação. Estudos com Crianças de Terreiro. Gênero. Sexualidade. Interseccionalidade.Resumo
Esse texto visa apresentar a investigação sobre as práticas educativas imbricadas com as relações de gênero e sexualidade em um terreiro de candomblé de nação Ketu, o Ilé Asé Iyá Ogunté, em Ananindeua – Pará. Leva-se em conta os estudos feministas e de relações de sexo - gênero feitos por Rubin (2003), Yogyakarta (2006), Samara (2000) e Akotirene (2019) para buscar entender os processos pelos quais as relações de sexo/gênero servem como fatores de afirmação identitária. Salientamos a noção de cosmopercepção Oyěwùmí (2002) para compreender a forma multissensorial de perceber as relações sociais. A metodologia é baseada no “Reparar miúdo, narrar Kékeré” de Caputo (2018). Enxerga-se a existência de duas correntes principais de entendimento/atuação: a primeira nega a possibilidade de mudanças alegando questões biologizantes e associando sexo - gênero condicionados ao corpo físico de nascimento, e uma segunda corrente que entende a necessidade de reordenação das relações sociais e práticas educativas no que toca às redesignações de sexo - gênero dos membros das comunidades de terreiro. Assim, a percepção aponta para uma participação das crianças no processo de discussão desse debate, não estando alheias ao processo como o pensamento adultocêntrico pode fazer parecer, bem como a compreensão de que as transformações das regras sociais estão em constante processo de reformatação.
Referências
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