O FUTURO DA ESCOLA: UMA ETNOGRAFIA SOBRE A RELAÇÃO DOS JOVENS COM O CONHECIMENTO ESCOLAR

Autores

  • Luís Paulo Cruz Borges Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/redoc.2018.34988

Palavras-chave:

Conhecimento escolar. Cultura escolar. Escola contemporânea. Etnografia. Futuro. Juventude.

Resumo

A presente tese tem como objeto de estudo a relação dos jovens estudantes do Ensino Médio com o conhecimento escolar. Pauta-se na abordagem teórico-metodológica etnográfica, situada na fronteira entre a antropologia e a educação. Assim, foram utilizados o caderno de campo, notas etnográficas, descrição densa, entrevistas, fotografias, observação participante e produções textuais como formas de apreender um recorte da realidade social. Articulam-se as categorias conhecimento escolar, juventudes e futuro, privilegiando os teóricos Bernard Charlot, Carmen Gabriel, Alice Lopes e Elizabeth Macedo, Juarez Dayrell, José Pais, Gilberto Velho, Clifford Geertz, Carmen de Mattos, Homi Bhabha, W. Pinar e Arjun Appadurai.  A tese questionou: como jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola pública da rede estadual do Rio de Janeiro se relacionam com o conhecimento socializado pela escola?  Como objetivo geral, estudou e investigou, através da ótica dos próprios participantes da pesquisa, qual é o papel da escola diante do conhecimento escolar. Dessa forma, emergiram três categorias analíticas: i) o conhecimento escolar, partindo da relação entre as instâncias críticas e pós-críticas, colocando em xeque as concepções de escola e suas contradições presentes na modernidade, além de um confronto entre o texto curricular proposto na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) com as vozes discentes encontradas na pesquisa; ii) a ideia de juventudes em trânsito abordando a relação dos jovens com o conhecimento escolar, compreendendo os processos educacionais e a própria imagem e concepção de juventude em sua relação com a escola. Opera-se numa lógica de que há uma polifonia nas vozes discentes que podem ser escutadas como forma de uma produção curricular pensando os dissensos como caminhos possíveis. iii) por fim, articula-se a categoria futuro da escola, e dos seus sujeitos, em um processo de dupla transitividade: o futuro como temporalidade e o futuro como emergência e (re)imaginação das relações sociais dos jovens com o conhecimento e a escola. Deste modo, trabalha-se o futuro como uma categoria etnográfica sob rasura, em que as vozes discentes indicam que escola e que conhecimento hão de existir. À guisa de conclusão, defende-se a tese de que o conhecimento escolar, entendido como atos de significação, é uma dimensão criadora dos modos de subjetivação e diferença, capaz de permitir a emergência de transformações sociais no contexto escolar que ocorrem a partir das vozes dos seus sujeitos pautando-se na enunciação cultural.  Descrevem-se as vozes de alunos e alunas que se misturam à interpretação do pesquisador (re)imaginando a escola do futuro, que só se faz existente a partir de mudanças profundas em sua arquitetura moderna, a partir da sua reconstrução, sob rasura, e inserção na pós-modernidade.

Biografia do Autor

Luís Paulo Cruz Borges, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor do Instituto de Aplicação Fernandes Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ CAp-UERJ.

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Publicado

2019-01-27

Como Citar

BORGES, Luís Paulo Cruz. O FUTURO DA ESCOLA: UMA ETNOGRAFIA SOBRE A RELAÇÃO DOS JOVENS COM O CONHECIMENTO ESCOLAR. Revista Docência e Cibercultura, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 167–168, 2019. DOI: 10.12957/redoc.2018.34988. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/re-doc/article/view/34988. Acesso em: 29 mar. 2024.