Eu e os podcasts: uma paixão de pé do ouvido...

2023-05-08
Por Edméa Santos
Professora titular-livre da UFRRJ.

É muito comum ouvir pessoas dizerem que trabalham muito bem ouvindo música. Confesso que invejo essas pessoas. Meu trabalho intelectual criativo e de rotina é multiplataforma, mas, quando o som entra no processo, tudo para. Sou capaz de corrigir textos, escrever e-mails, ler livros e ou artigos, assistir tv e ou mergulhar no stream. Mas tudo isso sem música. Se eu ouvir música ou escutar qualquer conteúdo sonoro isoladamente, todo o resto fica de lado. Por essas e outras que músicas e conteúdos sonoros têm hora marcados no meu dia. Geralmente, antes de dormir escuto músicas e meus podcasts preferidos.

Durante a pandemia da covid-19, descobri o gosto pelos podcasts como usuária. Academicamente, esse fenômeno já é meu velho conhecido. Das gravadoras ao mp3, do mp3 ao Spotify, foram muitas as mudanças e eu nem falei que um tal Ipod foi uma revolução, hoje dispositivo de memória afetiva. Alto lá! Ainda uso os meus lindinhos, principalmente em meus caminhares ubíquos...

Nas práticas de educação online, em que podcasts eram simplesmente arquivos sonoros de conteúdos, as pessoas gravavam áudios de temas e assuntos pontuais, conversas com pares e afins, entravam nos desenhos didáticos de forma mais ou menos interativa. O que isso significa? Há projetos que apenas disponibilizam os áudios sem interfaces — a exemplo de fóruns e ou bate-papos online — de conversas online em outras plataformas. Mas há também desenhos didáticos que usam os podcasts como disparadores de conversas. Confesso que prefiro atuar desta forma, afinal cibercultura é em si interatividade e não distribuição de conteúdos em massa. Nesse contexto, recebi alguns convites importantes que adorei atender com minha participação. Mas minha inquietação continua. Por mais importante que seja o conteúdo que se materializa em som, tudo isso ainda é só conteúdo. Só conteúdo? Como se isso fosse pouco... Em nosso tempo, ser “produtor de conteúdo” nas redes virou até profissão. Mas essa prática não é suficiente para mudanças significativas nos processos educacionais em tempos de cibercultura.

Ao contrário de outras plataformas em que habitam multilinguagens, as plataformas que difundem sons ainda não possuem em si canais e interfaces para conversas. As conversas com os usuários só são possíveis quando convergimos com outros ambientes, levando os podcasts para dentro de outras plataformas, redes sociais e ou ambientes virtuais de aprendizagem. A seguir compartilho uma lista de podcasts em que atuei como convidada e os quais costumo reutilizar em minhas aulas online.

 1 - Tecnopolítica # 114 – Ensino a distância é prática neoliberal?. Edméa Santos conversa com Sérgio Amadeu. 

 2 - Cotidianos e currículos # Docentes na pandemia 1. Edméa Santos conversa com Rosa Mendonça. 

 3 - Cotidianos e currículos # Política e educação 2. Edméa Santos conversa com Noale. 

 4 - Educação em destaque # . Matrículas em EAD superam o presencial. Edméa Santos conversa com Francisco. 

 5 - Fabricantes de ideias. Papo de doutoras. Cibercultura parte 1. Edméa Santos conversa com Fernanda.  

 6 - Fabricantes de ideias. Papo de doutoras. Cibercultura parte 2. Edméa Santos conversa com Fernanda.  

Foi exatamente nos últimos anos que os podcasts se profissionalizaram a ponto de termos pessoas se intitulando podcasters, profissionais que trabalham com criação, produção, mediação de conteúdos sonoros. Projetos da grande mídia, produções ativistas, acadêmicas, artísticas, literárias e ou independentes circulam nas plataformas específicas com bastante qualidade de conteúdo e forma. Roteiros inteligentes, divertidos e excelentes mediações têm me conquistado nos últimos anos. Escrevo este texto em maio de 2023 e não posso esquecer de um delicioso almoço com os amigos Bruno Westermann (@brWestermann) e Luciene Santos (@lucienesantoz), professores da Universidade Estadual de Feira de Santana, em dezembro de 2021. Implicados com a formação de professores para a docência online, essa dupla chegou a produzir alguns podcasts e eu fui uma das primeiras convidadas a deles participar. Acesse aqui nosso podcast: 

Educação em tempos de pandemia (EAD/UEFS). Educação a distância, ensino remoto e educação online.  

Conversa vai, conversa vem, temperadas com um delicioso rodízio de massas no Rio Vermelho, em Salvador da Bahia, Bruno (pesquisador da área de Música da UEFS) me fala sobre o podcast “Calcinha Larga”, roteirizado a apresentado por Tati Bernardi (@tatibernardi), escritora, roteirista, colunista da Folha de S. Paulo e podcaster

Calcinha Larga.  Infelizmente, o “Calcinha Larga” foi descontinuado e agora tenho outros vícios, que também compartilho com vocês. Aproveitem sem moderação e cuidado com possíveis gatilhos. 

Desculpa alguma coisa 

Angu de grilo 

Mano a Mono  

Daria um livro 

Criando caso  

Prazer, feminino  

É nóia minha?  

HigtLow  

Rádio Novelo Apresenta  

Desculpa o transtorno  

Meu inconsciente coletivo  

Livrofonia  

Escritores-leitores  

Som a pino  

Isso não é Noronha  

Bom dia, Obvius  

Afetos  

Mulheres na Independência  

Leila  

E a lista não termina, faz a sua e partilha comigo! @mea.santos

 

Como citar este artigo: 

SANTOS, Edméa. Eu e os podcasts: uma paixão de pé do ouvido... Notícias, Revista Docência e Cibercultura, maio de 2023, online. ISSN: 2594-9004. Disponível em: < >. Acesso em: DD mês. AAAA. 

 

Editores/as Seção Notícias:

Felipe Carvalho - Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá (PPGE/UNESA)

Marcos Vinícius Dias de Menezes - Graduando em Letras - Português, Inglês e Literatura em modo de licenciatura pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Bolsista de Iniciação Científica na FAPERJ

Mariano Pimentel - Professor do Programa de Pós-Graduação em Informática da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGI/UNIRIO)