Cateter de Hickman no transplante de células-tronco hematopoéticas: implante cirúrgico, retirada e assistência de enfermagem

Autores

  • Hélen Francine Rodrigues
  • Lívia Maria Garbin Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
  • Lais Carvalho Castanho Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
  • Belinda Pinto Simões Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
  • Ana Carolina de Jesus Vieira Curcioli Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
  • Renata Cristina de Campos Pereira Silveira Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

DOI:

https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.4995

Palavras-chave:

cuidados de enfermagem, transplante de células-tronco hematopoéticas, transplante de medula óssea, cateterismo venoso central [nursing care, hematopoietic stem cell transplantation, bone marrow transplantation, catheterization, central venous]

Resumo

Trata-se de um estudo transversal cujo objetivo foi descrever o implante cirúrgico e a retirada do cateter de Hickman e suas interfaces na assistência de enfermagem a pacientes submetidos ao transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas. Os dados foram obtidos dos prontuários de 71 pacientes, totalizando 77 (100%) cateteres implantados, no período de 2006 a 2010. A cirurgia foi realizada em 72 (93,5%) casos por médicos residentes da cirurgia vascular, sendo 63 (81,8%) sob anestesia local, precedidas de antissepsia com clorexidina degermante e alcoólica. O regime de condicionamento foi iniciado em menos de 72 horas após o implante do cateter em 42 pacientes. A infecção relacionada ao cateter implicou a retirada de 20 (25,9%) dispositivos. A assistência de enfermagem deve enfatizar o preparo do paciente para o implante do cateter, além de intervenções após sua inserção como o curativo e o manuseio com técnica asséptica. Infere-se que o início do regime de condicionamento anterior ao tempo recomendado pode contribuir para a retirada precoce do cateter por infecção de sítio cirúrgico. Uma equipe de enfermagem capacitada na identificação de complicações é necessária para manejo e manutenção segura do dispositivo.

 

ABSTRACT

This cross-sectional study aimed to describe the surgical implantation and removal of Hickman catheters and how this interfaces with the nursing care provided to patients undergoing allogeneic hematopoietic stem cell transplantation. Data were collected from the medical records of 71 patients, totaling 77 (100%) catheters implanted between 2006 and 2010. Surgery was performed in 72 (93.5%) cases by vascular surgery residents, with 63 (81.8%) patients receiving local anesthesia, after antisepsis with alcohol/chlorhexidine. In 42 patients, the conditioning regime began less than 72 hours after catheter implantation. Catheter-related infection led to the removal of 20 (25.9%) devices. Nursing care must focus on patient preparation for catheter implantation, in addition to subsequent interventions such as dressing and handling using aseptic techniques. In conclusion, starting the conditioning regime earlier than recommended may contribute to early catheter removal due to infection of the surgical site. A nursing team trained to identify complications is needed for safe handling and maintenance of the device.

 

RESUMEN

Se trata de un estudio transversal cuyo objetivo consistió en describir el implante quirúrgico y la extracción del catéter de Hickman y sus relaciones con la atención de enfermería a pacientes sometidos a trasplante alogénico de células madre hematopoyéticas. Los datos han sido obtenidos por medio de historias clínicas de 71 pacientes, totalizando 77 (100%) catéteres implantados, entre 2006 y 2010. La cirugía fue realizada en 72 (93,5%) casos por médicos residentes de cirugía vascular, siendo 63 (81,8%) bajo anestesia local, precedida de antisepsia con clorhexidina germicida y alcohólica. El régimen de acondicionamiento fue iniciado menos de 72 horas después del implante del catéter en 42 pacientes. La infección relativa al catéter motivó la extracción de 20 (25,9%) dispositivos. La atención de enfermería debe enfocarse en preparar el paciente para el implante del catéter, además de intervenciones tras su inserción como: el parche y su manipulación con técnica aséptica. Se infiere que el inicio del régimen de acondicionamiento antes de lo recomendado puede derivar en la extracción precoz del catéter por infección del área quirúrgica. Es necesario contar con un equipo de enfermería capacitado para la manipulación y el mantenimiento seguro del dispositivo.

DOI: http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2015.4995

Biografia do Autor

Hélen Francine Rodrigues

Enfermeira. Graduada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Lívia Maria Garbin, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Enfermeira. Especialista em Hematologia. Doutoranda e enfermeira da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Lais Carvalho Castanho, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Enfermeira. Especialista em Oncologia e Tratamento Antineoplásico. Mestranda do Programa de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Belinda Pinto Simões, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Médica. Professora Doutora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Ana Carolina de Jesus Vieira Curcioli, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Enfermeira. Mestre em Enfermagem Fundamental. Enfermeira-chefe da unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Renata Cristina de Campos Pereira Silveira, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Enfermeira. Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil.

Publicado

23.07.2015

Como Citar

Rodrigues, H. F., Garbin, L. M., Castanho, L. C., Simões, B. P., Curcioli, A. C. de J. V., & Silveira, R. C. de C. P. (2015). Cateter de Hickman no transplante de células-tronco hematopoéticas: implante cirúrgico, retirada e assistência de enfermagem. Revista Enfermagem UERJ, 23(3), 304–309. https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.4995

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa