NARRATIVAS IORUBÁS NA ESCOLA
PROBLEMATIZANDO A NOÇÃO DE PROGRESSO EM UMA ATIVIDADE SOBRE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
DOI:
https://doi.org/10.12957/e-mosaicos.2024.84342Palavras-chave:
Decolonialidade, relações étnico-raciais, iabás, industrializaçãoResumo
No presente artigo, apresentamos o recorte de uma pesquisa maior, cujo objetivo é inserir o uso de narrativas iorubás no currículo de diferentes disciplinas escolares, em uma escola da rede municipal do Rio de Janeiro. Estabelecendo um diálogo entre as práticas docentes e os conceitos de decolonialidade, de Catherine Walsh, e da Pedagogia das Encruzilhadas, de Luiz Rufino, buscamos colaborar para intersecções possíveis entre as tradições escolares e a valorização da diversidade cultural, de forma atenta ao que Azoilda Trindade apresentou como valores civilizatórios afro-brasileiros. Neste artigo, especificamente, descreveremos uma das práticas docentes propostas, que parte de uma abordagem dialógica entre o Itã, que narra a origem dos rios de Obá e de Oxum, Orixás femininas relacionadas às águas, com o conteúdo curricular Revolução Industrial, sugerindo uma análise histórica das suas consequências e das questões ligadas às Ciências da Natureza. Esperamos reforçar a hipótese de que as narrativas da cultura iorubá corroboram para uma pedagogia decolonial e para uma educação comprometida com as relações étnico-raciais, defendendo a abordagem dos saberes ancestrais como um contraponto à visão eurocêntrica do significado de progresso, ressaltando a existência de perspectivas outras de entendimento do mundo, que não apenas a da colonialidade.
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