Situação de insegurança alimentar e nutricional em famílias quilombolas maranhenses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2020.43636

Palavras-chave:

Segurança Alimentar e Nutricional. Populações Vulneráveis. Grupo com Ancestrais do Continente Africano. Família.

Resumo

Introdução: A segurança alimentar e nutricional está relacionada às condições de moradia, saneamento básico, água de qualidade, acesso a programas sociais, escolaridade, emprego e acesso ao consumo de alimentos. Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores associados à insegurança alimentar e nutricional em famílias de comunidades quilombolas maranhenses. Métodos: Foram coletados dados socioeconômicos, demográficos e de saúde de 373 famílias quilombolas, nos municípios de Penalva e Viana - MA, em 2015, por meio de formulário aplicado nos domicílios. A insegurança alimentar e nutricional foi avaliada utilizando-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Os fatores associados à insegurança alimentar foram obtidos por meio da análise fatorial de classe latente (p<0,05). Resultados: A prevalência de segurança alimentar e nutricional foi de 20,1%, enquanto a de insegurança alimentar e nutricional foi de 79,9%, das quais 32,2% foram classificadas como leve, 25,7% moderada e 22,0% grave. Famílias chefiadas por mulheres, domicílios com mais de cinco pessoas, renda familiar per capita inferior a um quarto de salário mínimo e a não cobertura pela Estratégia Saúde da Família foram as variáveis associadas às classes de insegurança leve e moderada (p<0,05); na grave, todas as variáveis do modelo foram associadas (p<0,05). Conclusão: A insegurança alimentar e nutricional é elevada nas comunidades quilombolas estudadas, especialmente a grave. Esses resultados apontam para a necessidade de políticas públicas voltadas para assegurar acesso à educação, aumento da oferta de trabalho, garantia da renda mínima e expansão da cobertura da Estratégia Saúde da Família nas comunidades quilombolas.

 

Biografia do Autor

Bruna de Moura Araujo Silva, Universidade Federal do Maranhão

Graduanda do curso de Nutrição da Universidade Federal do Maranhão

Victor Nogueira da Cruz Silveira, Universidade Federal do Maranhão

Bacharel em Nutrição pela Universidade Federal do Maranhão (2017). Foi colaborador da Liga Acadêmica de Nutrição em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão (LANPOP) no período de 2015 a 2017. Atualmente aluno de especialização em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cruzeiro do Sul. Tem enfase em pesquisa em epidemiologia e saúde coletiva com foco em populações vulneráveis.

Luana Lopes Padilha, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Departamento de Saúde Pública, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com obtenção do título em Agosto de 2018. Mestre em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UFMA, com obtenção do título no ano de 2015.Especialista em Saúde Pública e em Saúde da Família pelo Instituto Laboro - Estácio de Sá. Bacharel em Nutrição pela UFMA. Docente do curso de Nutrição na Faculdade Estácio de São Luís e na Faculdade Pitágoras de São Luís. Membro do Comitê Institucional de Iniciação Científica / Iniciação Tecnológica da Faculdade Estácio de São Luís.

Maria Tereza Borges Araújo Frota, Departamento de Ciências Fisiológicas, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Nutrição em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP); Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA); especialista em Saúde Pública e em Alimentação e Nutrição na Atenção Básica ( FIOCRUZ); Nutricionista (Universidade Santa Úrsula). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Maranhão e coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrição e Políticas Públicas e do Projeto de Consolidação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional. Consultora Ad Hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).Tutora da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, Mulher Trabalhadora que Amamenta, Normas Brasileiras para a Comercialização de Alimentos Infantis (NBCAL) e Aconselhamento em Aleitamento Materno. Foi coordenadora estadual de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão. Coordenou no âmbito estadual as pesquisas Chamada Neonatal, Chamadas Nutricionais do semi-árido e assentamentos rurais, e quilombolas. Principais linhas de pesquisa: carências nutricionais, avaliação nutricional de populações, segurança alimentar e nutricional e aleitamento materno.

Publicado

2020-08-31

Como Citar

Araujo Silva, B. de M., da Cruz Silveira, V. N., Padilha, L. L., & Araújo Frota, M. T. B. (2020). Situação de insegurança alimentar e nutricional em famílias quilombolas maranhenses. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 15, e43636. https://doi.org/10.12957/demetra.2020.43636

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais em Alimentação