PROPRIEDADE URBANA, ALUGUEL E RENDA IMOBILIÁRIA.

Teoria e História

Abstract

Karl Marx formulou a crítica da teoria do valor-trabalho e, particularmente, a da moderna propriedade privada da terra, que constitui uma forma histórica específica da propriedade. Esta vem sendo reconstituída pelo capital na consideração de que o monopólio da propriedade da terra envolve dois aspectos: o que dá ao proprietário o direito de explorar e de extrair os elementos naturais da terra e aquele que dá o direito do proprietário de dispor de uma parcela do Planeta para seu uso exclusivo. Em O capital, na Seção Sexta, em uma dezena de capítulos foi analisada a renda da terra na agricultura e apenas em um deles foram expostas indicações de como entender a renda dos terrenos na construção, nas minas e o preço da terra.  Daí que se apresenta o desafio, teórico e histórico, de como a partir desses apontamentos avançar a compreensão das desigualdades na urbanização contemporânea. E, de como superar as formas rentistas de produção e uso da cidade, cujo resultado é a superexploração e a degradação do metabolismo urbano. A pergunta central do Dossiê foi: como a propriedade, o aluguel e a renda da terra afetam o habitar urbano? Os trabalhos apresentados analisaram diferentes momentos: o da colonização, o da urbanização, o da industrialização ou o da financeirização. A preocupação do Dossiê foi ampliar a crítica da Economia Política na perspectiva da produção social do espaço urbano na América Latina.