UMA VISÃO TRÁGICA NA POESIA RELIGIOSA MEDIEVAL

Autores

  • Delia Cambeiro UERJ

DOI:

https://doi.org/10.12957/ecoling.2018.76925

Resumo

A história literária do século XIII apresenta uma produção bem mais numerosa do que o período anterior, além disso, com o surgimento das ordens mendicantes, a vida espiritual também fez-se mais ativa. O franciscanismo, sem dúvida, ao incutir nos espíritos o sentimento de fraternidade, de desprendimento por valores materiais, também influenciaria bastante a consciência leiga, redimensionaria angústias, dores, inquietações, alegrias existenciais do homem medieval. O imaginário cultural da Idade Média, impregnado pelo firme desejo de fé, de esperança religiosa na vida futura plena de felicidade, pouco a pouco, propiciaria o aperfeiçoamento de um gênero de capital importância, para a sensibilidade e a expressão cultural: a lírica religiosa. Apesar de numerosas, as produções líricas religiosas demonstravam rudimentar técnica mimética. Em tais composições se misturavam imaginação do quotidiano e configurações fantasiosas do mundo espiritual. Tal processo explica-se, talvez, por esses textos apresentarem ainda incipientes técnicas quanto ao processo de transformação do real. Mesmo que não se evidencie a efetiva preocupação de manifestarem artisticamente o mundo do sagrado, deve-se marcar sua importância histórica, por tratar-se não apenas de uma literatura edificante, mas já um representativo documento em língua “volgare”. E empregamos língua vulgar, como aquela derivada do latim, mas, já distanciada do latim clássico, utilizada no quotidiano das populações e de uso predominantemente oral. Bem mais diversa, entretanto, é a obra do frade franciscano Jacopone da Todi (1230-1306), uma das criativas personalidades das origens da literatura italiana.

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Publicado

2023-06-21

Como Citar

CAMBEIRO, Delia. UMA VISÃO TRÁGICA NA POESIA RELIGIOSA MEDIEVAL. Ecos de Linguagem, Rio de Janeiro, v. 2, n. 9, 2023. DOI: 10.12957/ecoling.2018.76925. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/ecosdelinguagem/article/view/76925. Acesso em: 2 maio. 2025.