A PERMANÊNCIA DOS MITOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
POR UM LETRAMENTO MÍTICO NO ENSINO BÁSICO
DOI:
https://doi.org/10.12957/e-mosaicos.2024.83740Palavras-chave:
Letramento literário, Letramento mítico, BNCC, Mito, Práticas de ensinoResumo
Quando se considera a polissemia do mito como um fenômeno social, a dificuldade em conceituá-lo está em compreender que ele é influenciado pela época, condicionantes e o contexto em que circula, além de outros fatores culturalmente intrínsecos. Mesmo que o termo seja de origem grega e os primeiros estudos tenham se concentrado nas culturas ocidentais ao redor do Mar Mediterrâneo, o mito é uma forma de narrar e sentir presente em diversas culturas, logo é preciso estabelecer um conceito de letramento mítico. No entanto, os documentos educacionais que norteiam a atuação docente, como a BNCC, enfatizam a interpretação do mito, principalmente, no Ensino Religioso. A questão que se instaura é se essa disciplina deve ser a principal instância de interpretação do mito, considerando que nem todos os sistemas de ensino incluem esse componente curricular. Nessa conjuntura, após uma breve definição do mito e o debate crítico acerca desse gênero na BNCC, este artigo propõe restabelecer a compreensão do mito nas aulas de Língua Portuguesa por meio das seguintes premissas: a necessidade de uma abordagem multissemiótica e multimodal; a utilização de boas adaptações; a conciliação entre os aspectos religiosos e históricos; a curadoria do texto; e a ênfase na oralidade.
Downloads
Referências
ANDRÉ, A. O mundo da pólis: reflexões a partir do modelo ateniense e da crise no território políade no século IV a.C.. Romanitas – Revista de Estudos Grecolatinos: Vitória, n. 7, p. 29-48, jan./jun. 2016. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/14518/10212. Acesso em: 22 mai. 2023.
APOLODORO. Biblioteca mitológica. 4. ed. Madri, Espanha: Akal/Clásica, 2017. Edição de José Calderón Felices.
APOLÔNIO DE RODES. Argonáuticas. São Paulo: Perspectiva, 2021. Organização, tradução e notas Fernando Rodrigues Junior.
ATWOOD, M. A odisseia de Penélope. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.
BÍBLIA. Gênesis. In: Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm. Acesso em: 12 set. 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 3ª versão. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=78231-anexo-texto-bncc-reexportado-pdf-1&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 22 mai. 2023.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, Parecer CP/CNE 05/97, sobre formação de professores para o ensino religioso na escola pública do ensino fundamental.
CALVINO, I. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CAMPBELL, J. O Herói De Mil Faces. São Paulo: Pensamento, 2007.
COLOMER, T. Andar entre livros: a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.
ELIADE, M. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 2016.
FEIJÓ, M. O prazer da leitura: como a adaptação de clássicos ajuda a formar leitores. São Paulo: Ática, 2012.
GAIMAN, N. Mitologia nórdica. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.
GRIMAL, P. Mitologia grega. Porto Alegre, RS: L&PM, 2010.
HÉRCULES. Direção de John Musker, Ron Clements. Produção de Alice Dewey, Ron Clements, John Musker. Estados Unidos: Walt Disney Pictures, 1997. (92 min.), DVD.
HOMERO. Odisseia, v.1: Telemaquia. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.
HOMERO. Odisseia, v.2: Regresso. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.
JOYCE, J. Ulisses. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Tradução Antônio Houaiss.
KNIGHT, S. Apresentação. In: SQUIRE, C., Mitos e lendas celtas: Rei Artur, deuses britânicos, deuses gaélicos e toda a tradição dos druidas. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2003.
KRENAK, A. O amanhã não está à venda. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. E-book Kindle.
LACERDA, Rodrigo. Apresentação. In: HAWTHORNE, Nathaniel. Mitos Gregos: histórias extraordinárias de heróis, deuses e monstros para jovens leitores. Rio de Janeiro: Zahar, 2016. p. 7-12.
MACHADO, A. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
MACHADO, B. Como é a mitologia polinésia? O grande livro das mitologias, São Paulo, v. 1, p. 70-71, 2018.
MANGUEL, A. Ilíada e Odisseia de Homero. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Tradução de Pedro Maia.
MINDLIN, B. A humanidade desce à terra. In: RIO DE JANEIRO. Prefeitura do Rio de Janeiro. Coordenadoria de Educação. II Caderno de Apoio Pedagógico: língua portuguesa - 6º ano. Rio de Janeiro: Coordenadoria de Educação, 2010. Sem paginação.
MINDLIN, B. Apresentação. In: RIO DE JANEIRO. Prefeitura do Rio de Janeiro. Coordenadoria de Educação. II Caderno de Apoio Pedagógico: língua portuguesa - 6º ano. Rio de Janeiro: Coordenadoria de Educação, 2010. Sem paginação.
MILLER, M. Circe. São Paulo: Planeta, 2019.
ORTEGA, D. Os doze trabalhos de Hércules. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2018. Adaptação de Denise Ortega da obra de Monteiro Lobato.
PAIVA, A. (org.). Literatura: saberes em movimento. 2. ed. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2014.
PATSIAS, C. Meus primeiros mitos: Atena. São Paulo: VR Editora, 2022.
PLATÃO. Ιων = Íon. Μενέξενος = Menexeno/ Platão. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: ed.ufpa, 2020.
PRANDI, R. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
RAMALHO, Z. Os doze trabalhos de Hércules. YouTube, 10 ago. 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lSgENkdBw9E. Acesso em: 17 jun. 2023.
RIORDAN, R. O mar de monstros: Percy Jackson e os Olimpianos - livro dois. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009. Tradução Ricardo Gouveia.
RIOS, R. Heróis e suas jornadas: 10 contos mitológicos. São Paulo: Melhoramentos Livrarias, 2018.
RODRIGUES, G. O cíclope de Eurípides: estudo e tradução. 2016. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
SAHLINS, M. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.
STREET, B. Letramentos Sociais: Abordagens Críticas do Letramento no Desenvolvimento, na Etnografia e na Educação. São Paulo: Parábola, 2014.
STREET, B. Multimodalidade. In: FRADE, I.C.A.S.; VAL, M. G. C; BREGUNCI, M. G. C. (Orgs) Glossário Ceale: Termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2022. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/multimodalidade. Acesso em: 16 nov. de 2023.
TRINDADE, H. Integralismo: o fascismo brasileiro da década de 30. São Paulo: Difel, 1974.
VIEIRA, J. A.; FERRAZ, J. A. Percursos e avanços do texto multimodal: novas perspectivas na contemporaneidade. Discursos Contemporâneos em Estudo, Brasília, v. 1, n. 1, 2012
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista e-Mosaicos Revista Multidisciplinar de Ensino, Extensão e Cultura do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ) está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Os direitos autorais de todos os trabalhos publicados na revista pertencem ao(s) seu(s) autor(es) e coautor(es), com o direito de primeira publicação cedido à e-Mosaicos.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons adotado pela revista.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.
Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho online, sempre com as devidas citações da primeira edição.